Com esta visita, o presidente ucraniano tentaria forçar Lula a visitar a Ucrânia, algo que o brasileiro recusou recentemente.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, quer fazer uma visita oficial ao Brasil e já mandou avisar o seu homólogo brasileiro, Lula da Silva, desse seu desejo. O encarregado de "dar o recado" foi o chefe de gabinete de Zelensky, Andrii Iermak.
Num telefonema que ocorreu esta terça-feira e foi repercutido esta quarta por fontes da presidência brasileira, Iermak manifestou a Celso Amorim, assessor especial de Lula da Silva para assuntos internacionais, a vontade de Zelensky de viajar até Brasília e se reunir com o presidente brasileiro, com quem nos últimos tempos tem tido uma relação marcada mais por desencontros do que convergências. A visita seria uma forma de tentar ultrapassar os desencontros recentes e, quem sabe, tentar fazer Lula da Silva ter uma posição mais favorável à Ucrânia do que a que o brasileiro tem manifestado.
Em declarações polémicas feitas em Abril, nomeadamente durante viagem à China e aos Emirados Árabes Unidos, Lula acusou a Ucrânia, invadida por tropas russas em 24 de Fevereiro de 2022, de ter tanta responsabilidade na guerra que hoje enfrenta quanto a Rússia que a invadiu. Em Maio, durante o encontro dos G7 em Hiroshima, no Japão, ao qual ambos compareceram como convidados especiais, Lula e Zelensky voltaram a protagonizar outro momento de desarmonia, quando o brasileiro demorou excessivamente para aceitar um pedido do ucraniano para um encontro paralelo entre ambos e, ante o menosprezo, depois foi Zelensky que não aceitou os horários a muito custo propostos pela assessoria de Lula.
Com a visita, pela qual o governo brasileiro aparentemente não mostrou muito interesse, Zelensky, que tem andado pelo mundo tentando conseguir mais apoio para a Ucrânia, tentaria aproximar-se dos países da América Latina através da maior potência regional, o Brasil. Além do mais, visitando oficialmente o Brasil, o ucraniano tentaria forçar Lula a, numa reciprocidade usual na diplomacia, visitar a Ucrânia, algo que o brasileiro recusou recentemente.
Lula tem feito de tudo para ser reconhecido no cenário internacional como o estadista capaz de promover a paz entre a Ucrânia e a Rússia, apesar de ter recebido com pompa o ministro russo da Defesa, Serguei Lavrov, reafirma constantemente ser neutro no conflito para tentar habilitar-se como negociador, rejeitou apelos de aliados para fornecer armas e munições aos ucranianos e recusou tanto o convite de Zelensky para visitar a Ucrânia quanto o de Vladimir Putin, seu amigo, para visitar a Rússia, mas nenhum dos lados ficou muito entusiasmado com o plano e as aspirações do presidente brasileiro. Após ter tentado, até agora em vão, que Lula se posicione mais favoravelmente à Ucrânia, Volodymyr Zelensky quer aproveitar a sua até agora pouco provável visita a Brasília para tirar o Brasil dessa neutralidade, que tem feito diplomatas brasileiros absterem-se constrangedoramente em votações importantes em órgãos internacionais quando estes tentam condenar a Rússia de forma mais incisiva.
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