Descontraído e divertido, divide a vida entre Gaia e Andorra, tendo, como não podia deixar de ser, uma relação umbilical com o irmão gémeo.
Pioneiro na pista, Rui Oliveira confirmou o seu destino, trilhado desde miúdo na companhia do gémeo Ivo, com incontáveis medalhas mundiais e europeias e um permanente 'equilibrismo' entre a estrada e a vertente que no sábado o elevou ao Olimpo.
Quem conta a história de Rui Oliveira conta, inevitavelmente, a história de dois gémeos de extraordinário potencial, que andaram "mais de 10 anos a tentar" estrear Portugal no ciclismo de pista nos Jogos Olímpicos, como dizia à Lusa o novo campeão olímpico em fevereiro.
Falar de Rui é falar de Ivo e das medalhas que ambos conquistaram quando os praticantes da vertente se contavam pelos dedos das mãos. Inspirados pelo irmão Hélder Oliveira, que iam ver ainda pequenos no pelotão nacional e que lhes ofereceu a primeira bicicleta, os dois começaram na estrada antes de experimentarem a pista, onde cedo descobriram o seu potencial.
A primeira medalha de Rui Oliveira remonta a 2013, quando se sagrou vice-campeão europeu júnior de scratch. Seria apenas uma das muitas que viria a somar nessa categoria nos anos seguintes: foi bronze em scratch e madison nos Mundiais de 2014, antes de subir a sub-23 e conquistar o ouro na prova de eliminação dos Europeus.
Num país em que a pista não sustenta ninguém, o gaiense nascido a 05 de setembro de 1996 empreendeu um caminho bifurcado, que o levou a saltitar entre várias 'fábricas de talento', primeiro nacionais (a equipa junior da Bairrada e a Liberty Seguros-Carglass de Manuel Correia) e, depois, internacionais.
Em 2017, Rui Oliveira mudou-se para o 'viveiro' Axeon-Hagens Berman e, logo no seu segundo ano no estrangeiro, deu nas vistas ao sagrar-se campeão nacional de fundo sub-23 -- além de ter sido vice-campeão europeu de eliminação na categoria de elite.
A transição para profissional aconteceu na temporada seguinte, na 'megalómana' UAE Emirates, nem sempre compreensiva com as ambições na pista do jovem português, que se foi cimentando na estrada como um dos melhores lançadores de sprint do mundo e já tem cinco grandes Voltas no currículo.
"Quero ver se este ano, pelo menos, uma corrida consigo vencer", assumia à Lusa poucos dias antes de ver fugir-lhe por pouco a vitória na terceira etapa da Volta ao Algarve para o 'estelar' Wout van Aert.
Ainda sem se estrear a vencer com as cores da UAE Emirates, Oliveira tem batido várias vezes na 'trave' na estrada -- por exemplo, foi segundo na prova de fundo nas duas últimas edições do campeonato nacional -, ao contrário do que acontece nos velódromos, onde é uma figura de 'proa' e se sagrou campeão europeu de scratch (2021) e vice-campeão europeu de eliminação (2023).
Até na vida pessoal, foi a pista a 'ditar' os amores do agora campeão olímpico, com Rui a namorar com a pistard neozelandesa Michaela Drummond, 'gaiense' por adoção quando está na Europa.
Descontraído e divertido - tornaram-se virais vídeos seus com Tadej Pogacar -, divide a vida entre a sua cidade de sempre, onde treina com os amigos de sempre - os 'anónimos' do pelotão nacional -, e Andorra, 'base' da maioria dos ciclistas do WorldTour, tendo, como não podia deixar de ser, uma relação umbilical com o irmão Ivo, que no sábado tinha nas bancadas a apoiá-lo.
Neste sonho olímpico que está a viver, Rui queria ter a companhia do irmão e, por isso, precisou de vários dias para 'digerir' a convocatória para Paris2024, com o misto de emoções que sentiu plasmado no "post mais agridoce de fazer de sempre".
"Pela primeira vez, fui convocado para os Jogos Olímpicos, na estreia também do ciclismo de pista. Desde pequeno e que comecei nesta modalidade, 99% das corridas foram feitas com o meu irmão e crescemos a fazer madison, passamos por muita coisa juntos e claro que o culminar do sonho olímpico era que ele também estivesse presente. E só com dois lugares disponíveis, a convocatória já esperada era que fosse entre eu e ele", escreveu no Instagram.
Nesse post ponderado a partir do coração, lançou um aviso que no sábado concretizou no Velódromo de Saint-Quentin-en-Yvelines: "Eu e o meu companheiro de guerra e grande amigo Flying Piggy vamos fazer de tudo para vos orgulhar a todos e a Portugal".
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