Mariana Mortágua diz que a escolha nas eleições "é entre fugir para trás ou puxar para a frente"

Para a coordenadora do BE "tudo o que a direita tem para oferecer ao país é uma vida pior, é retrocesso".

06 de março de 2024 às 08:34
Mariana Mortágua Foto: JOÃO RELVAS/LUSA
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A coordenadora do BE defendeu na terça-feira à noite que a escolha nestas eleições é entre "fugir para trás" para uma governação de direita e "puxar para frente" com uma maioria de esquerda na qual os bloquistas tenham uma palavra a dizer.

Num comício em Santa Maria da Feira, Aveiro, Mariana Mortágua fixou o objetivo de conseguir voltar a eleger neste distrito e levar Moisés Ferreira de novo para o parlamento, depois de nas últimas eleições o BE ter perdido os dois deputados que tinha neste círculo eleitoral.

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"A escolha [no domingo] é entre fugir para trás ou puxar para a frente", sintetizou.

De acordo com a líder do BE, "fugir para trás é entregar o poder aos defensores dos cortes nas pensões, do maior aumento de impostos na história, da perseguição às mulheres que foi o Governo com Passos Coelho, Paulo Portas e Montenegro".

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"Quem acha que castiga um mau Governo da maioria absoluta votando PSD iria acabar a castigar-se a si próprio porque tudo o que a direita tem para oferecer ao país é uma vida pior, é retrocesso", avisou.

A outra opção nas eleições de domingo, que para Mortágua "é a verdadeira opção", significa "puxar para a frente", uma escolha que considerou que "depende da força que o BE tiver nestas eleições".

"Tal como aconteceu em 2015, o Bloco pode determinar o programa do próximo Governo. Podemos conseguir aquilo que o PS, deixado sozinho em maioria absoluta, se recusou sempre a fazer", apontou, numa referência à geringonça.

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O discurso da líder bloquista tinha começado focado nas injustiças salariais e deixou uma proposta: "exigirmos os salários que estão a dever ao povo".

"É tempo de pagar essa dívida, que se arrasta há demasiado tempo. Se há produtividade, se há dinheiro para distribuir aos acionistas -- olhem para os lucros da banca, da EDP, da Galp -- para dividendos, para lucros, para salários milionários então tem que haver dinheiro para quem trabalha e para quem produz riqueza neste país", defendeu.

Recuando ao período da geringonça, Mortágua referiu que nessa altura ficou provado que "os salários justos fazem bem a toda a economia" e recordou o aumento do salário mínimo "contra todas as ameaças", uma decisão que melhorou a vida dos portugueses, mas que não é suficiente porque continua a ser baixo.

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"E por isso não nos contentamos com a proposta do PS, que atira para 2028 um salário mínimo ainda inferior ao que Espanha tem hoje", avisou.

Mortágua prometeu que "se a esquerda tiver força, não acontecerá assim" e voltou à proposta dos bloquistas para o aumento do salário mínimo que passa por uma subida intercalar ainda este ano para os 900 euros e nos seguintes um aumento real de 50 euros acima da inflação.

Mas a líder do BE deixou claro que quer ir mais longe e dirigiu-se aos jovens porque "a maior certeza que se pode dar a um jovem em Portugal" é dizer "fica" mas porque têm contratos, progressão na carreira e salários que possam para a sua vida.

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Além de reconhecer o problema, segundo Mortágua, é preciso dar soluções de futuro, considerando que a subida dos salários médios não se faz só com palavras e que ninguém espera que o PS faça agora aquilo que recusou no passado.

A coordenadora do BE recusa que "Portugal seja um país de mão estendida" e, defendendo o direito e a solidariedade que representam os apoios sociais, apontou que "um salário digno" é o que permite que não se precise desses apoios para que se tenha autonomia e liberdade.

"Só com o Bloco haverá solução para melhorar os salários", comprometeu-se, num apelo ao voto que estendeu aos 50 anos do 25 de Abril para que Portugal possa ser "um país de verdadeira liberdade".

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