Rui Tavares defendeu que os dois partidos devem esclarecer esta questão até ao final da campanha eleitoral, dizendo não querer "surpresas no dia 11 de março".
O porta-voz do Livre defendeu esta terça-feira que os partidos de direita têm de "jogar limpo" e esclarecer se votariam uma moção de rejeição, apresentada pelo Chega, a um governo de esquerda para não haver "surpresas" após as eleições.
"Creio que a direita portuguesa tem de nos esclarecer, tem de jogar limpo com os concidadãos. Ontem [segunda-feira] questionei a IL e a AD se votariam a favor de uma moção de rejeição apresentada pelo Chega a um governo apoiado pela esquerda (...) Acontece que tanto Luís Montenegro como Rui Rocha não conseguiram responder a esta pergunta muito simples", afirmou o porta-voz do Livre.
À margem de uma visita ao CEiiA, em Matosinhos, Rui Tavares defendeu que os dois partidos devem esclarecer esta questão até ao final da campanha eleitoral, dizendo não querer "surpresas no dia 11 de março".
"Se as pessoas votarem com o conhecimento de causa, o voto é legítimo e do nosso lado será respeitado, gostemos ou não gostemos. Agora, outra coisa é haver aqui esconderijos e depois no dia 11 [de março] dizerem que afinal votam com a extrema-direita para mandar abaixo um governo de esquerda", acrescentou.
Questionado se a presença do antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho na campanha poderia ser "uma má influência" para o líder da Aliança Democrática (AD), Rui Tavares rejeitou ter "medo de aparições" e disse "não acreditar em fantasmas".
"Pedro Passos Coelho veio clarificar uma coisa, que é que afinal, na lógica dele, não há uma direita democrática e uma direita que esteja excluída, existe só uma direita que está mais radicalizada", observou.
Comparando Pedro Passos Coelho a Manuel da Silva Passos, mais conhecido por Passos Manuel e que fora ministro durante o século XIX, Rui Tavares defendeu que "Portugal não pode ser só o país de dinheiro fácil, imobiliário de luxo e do turismo de massas".
"Tem de ser um país da valorização das pessoas, conhecimento e território", observou, esclarecendo que para isso é necessário o aumento dos salários e o fortalecimento da Segurança Social.
"O Livre não diz que isto se faz de um dia para o outro, mas os atalhos que nos andam a propor a direita são truques", afirmou, referindo-se à baixa de impostos proposta por alguns partidos.
Também questionado pelos jornalistas sobre a utilização, por Pedro Passos Coelho, das palavras "imigração e falta de segurança na mesma frase", Rui Tavares defendeu que denota "uma ignorância muito grande em relação aos dados e factos no terreno", considerando-a "indesculpável para um antigo primeiro-ministro".
"Os dados são muito claros, somos um dos países mais seguros do mundo (...) É mais fácil encontrar gente com cadastro, suspeita de crimes, alguns deles violentos, nas listas de certos partidos políticos nestas eleições do que entre os imigrantes. A taxa é certamente mais alta e alguém deveria fazer essas contas", afirmou.
Acompanhado pelos cabeças-de-lista do Livre pelo Porto e de uma pequena comitiva, Rui Tavares conheceu hoje alguns dos projetos que estão a ser desenvolvidos pelo CEiiA -- Centro de Engenharia e Desenvolvimento do Produto em áreas como a mobilidade, descarbonização e aeronáutica.
Entre veículos elétricos e satélites, o porta-voz do Livre defendeu a necessidade de em Portugal se criar um centro nacional de transferência de conhecimento que envolva equipas multidisciplinares de especialistas, mas também a comunidade local, associações e autarquias.
"Portugal do futuro já existe, não está é completamente distribuído", referiu, considerando que estas iniciativas ajudam a reter conhecimento e a potenciar o país.
"É importante termos um país que não tenha medo, uma política nacional que não produza medo do futuro", afirmou, acusando outros candidatos de usarem o "negócio do medo" nestas eleições.
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