Filipe Gaivão, de 57 anos, saiu de Bruxelas no passado dia 10 rumo a Lisboa, numa viagem solidária de bicicleta que visa "dar maior visibilidade às pessoas que sofrem de esclerose múltipla".
Na etapa deste domingo Gaivão admite que "não era uma etapa longa", aliás, "foi a mais curta". O português sentiu-se sempre acompanhado pela presença dos compatriotas que regressavam a casa para as férias.
"Na realidade estou aqui porque todos os anos tenho feito uma viagem por uma causa de cidadania ou humanitária e é essa a minha forma de ajudar os outros sempre que posso. No rescaldo da minha viagem a Roma, uma amiga e mãe de uma jovem nos seus vintes, perguntou-me como é que eu escolhia as causas. Ora essa pergunta teria de ter alguma coisa na manga e assim que me foi explicado aderi de imediato a esta causa mesmo sem conhecer a rapariga. É por ela que aqui estou mas em nome de todos os que sofrem com esta doença silenciosa. Quando se leva uma vida normal não se percebe o que é abdicar de tanta coisa por não se conseguir. Para evitar ter dores. Para fugir aos embaraços. Para não responder às perguntas. Para tentar levar uma vida mais normal", explica.
"É sem duvida uma doença silenciosa. E porque sou do contra, aqui estou para fazer barulho, para que alguma coisa mude. Para que em Bruxelas a plataforma europeia consiga com os contactos estabelecidos com os deputados tenham algum efeito. Para que em Lisboa alguns decisores possam sentir alguma consideração por estes doentes e façam pequenos gestos de melhoria das suas condições de vida" acrescenta.
"E já agora, no próximo domingo vamos mostrar a este país que isto não é apenas um pateta a pedalar mas uma motivação de tanta gente e peço-vos que no dia 28 estejam presentes na chegada, na sede da SPEM pelas 15h00 ou na festa de chegada pelas 17h00 no Mercado de Campo de Ourique. Se possível estejam nos dois lados. Isto porque aquela rapariga e todos os doentes o merecem e é isso que faz com que 2.400 quilómetros pareçam um passeio".