Após o nosso apelo de ontem os donativos começaram a chegar de todo o lado! Foi incrível. Não tenho palavras para a bondade e gratidão que todos demonstraram... Obrigado!
Estamos a falar de uma grande quantia mesmo...
O nosso dever de consciência é ajudar. De qualquer maneira possível e imaginaria.
Se a nossa missão de ontem foi épica, hoje os contornos tornaram-se bíblicos.
As pessoas estão nos parques esfomeadas e cheias de sede. Queixam-se que ninguém as ajuda. Claro que há muitas organizações humanitárias no terreno mas ainda não conseguem chegar a todo o lado... A tragédia é imensa e o número de mortos não para de aumentar.
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Quando chegamos com os mantimentos a situação é simplesmente inacreditável... Temos logo de ser rodeados por militares. Vejam as fotos com os vossos próprios olhos. Na nossa primeira investida matinal, havia duas filas de pessoas para receber comida e água. Cada uma tinha pelo menos 500 metros...
Hoje triplicamos os esforços de compras, de apoio logístico e tambem físico. Começamos pela manhã e neste momento são 22 horas e acabamos de voltar ao consulado...
Os grandes números de hoje são: (obrigado a todos pelas contribuições mesmo)
- 125.000 rupias gastas, cerca de 1.100 euros,
- 400 garrafas de água de 1 litro
- 70 latas de 1kg de leite em pó para bebés com menos de 6 meses
- 75 kgs de tomate
- 500 kgs de arroz
- 800 pacotes de noodles prontos a comer, 200 grs cada
- 144 queijnhos A Vaca que Ri, para crianças
- 1200 pacotes de mini bolachas, cada um com cerca de 3 a 5 biscoitos
Voou tudo, não sobra nada... As pessoas estão mesmo a precisar... Conhecemos uns Nepaleses que impressionados com o que dois estrangeiros de Portugal estão a fazer, dispuseram-se a ajudar e até tinham uma carrinha. Thank God. Imaginem o que seria nós os dois a carregar as quantidades mencionadas acima... sozinhos...
Estamos todos partidos mas sentimo-nos bem. Estamos a ajudar quem precisa e a usar a ajuda de quem está em Portugal e confia em nós. Por momentos ainda pensei comprar uma mala Louis Vuitton com os donativos, mas o apelo a ajudar foi mais forte. E acho que não ia ficar bem com as minhas calças.
As pessoas e a imprensa internacional que anda na rua pergunta-nos quem somos e a que organização pertencemos.