Por estes dias, volta-se a falar do projeto da nova Feira Popular de Lisboa, prevista para os lados de Carnide. Fernando Medina, presidente da Câmara, até foi ao terreno fazer de operador de caterpíllar, a ver se ajuda a dar um empurrão à obra pela qual os lisboetas esperam há mais de uma década.
Fala-se de "aprovação de planos" para 2017, mas ninguém ainda sabe dizer ao certo quando abre o novo parque de diversões, que terá 20 hectares e uma ampla zona verde.
Para muitos, a Feira Popular é uma memória de tempos felizes. Pelo recinto de Entrecampos, hoje votado ao abandono por causa de decisões políticas e judiciais que tardam em resolver-se, passaram gerações de filhos, pais e netos. Iam aos carrosséis, admiravam as motas do 'Poço da Morte', provavam o cozido e as febras das muitas tasquinhas ali existentes.
A Feira Popular foi inaugurada a 10 de junho de 1943. No início, as receitas serviam para dar férias a crianças carenciadas, mais tarde passaram a financiar a ação social da Fundação 'O Século'. Tudo começou em Palhavã (Sete Rios), mas foi em Entrecampos que a Feira prosperou, até entrar na fase decadente, a partir dos final dos anos 1990.
Quando o espaço encerrou, em 2003, era já uma pálida imagem do fulgor de outros tempos.