Morreu o pianista Sequeira da Costa, nome maior da música clássica portuguesa

Foi distinguido com a Grã-Cruz da Ordem Infante D. Henrique.

22 de fevereiro de 2019 às 10:00
O pianaista Sequeira da Costa Foto: Direitos Reservados
O pianaista Sequeira da Costa Foto: Álvaro C. Pereira
O pianaista Sequeira da Costa Foto: Álvaro C. Pereira
O pianaista Sequeira da Costa Foto: Álvaro C. Pereira

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O pianista português José Carlos Sequeira Costa morreu nos Estados Unidos, onde residia, aos 89 anos, vítima de cancro, confirmou esta sexta-feira à Lusa fonte próxima da família.

Distinguido em 2004 com a Grã-Cruz da Ordem Infante D. Henrique pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio, Sequeira Costa foi um dos nomes mais significativos do piano português no século XX, tendo fundado o Concurso Internacional Vianna da Motta, de quem foi aluno.

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Em 1951, Sequeira Costa venceu o Grande Prémio de Paris no Concurso Internacional Marguerite Long, tendo desde então sido um dos nomes de maior projeção nos palcos internacionais. A convite de Dimitri Chostakovitch fez parte do primeiro júri do Concurso Internacional Tchaikovsky, em Moscovo, no ano de 1958.

Desde 1976 era professor de piano na Universidade do Kansas, nos Estados Unidos.

Em 2004, disse à jornalista Ana Sousa Dias, em entrevista na RTP, que, por ter "abraçado inteiramente o espírito de Beethoven" ao dedicar-se à interpretação da integral das sonatas do compositor alemão, se sentia "para além da vida humana já".

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Sequeira Costa classificava Bach como o "sol de todos os compositores" e destacava Liszt como estando entre os seus criadores preferidos, por ter sido seu "avô espiritual", ao ter ensinado Vianna da Motta.

"A chamada inspiração não existe. A inspiração é o resultado de um trabalho afincado, premeditado. Talento há, felizmente que é raro. Porque hoje em dia há milhares de pianistas, então os asiáticos estudam 25 horas por dia e não serve para nada, porque não têm o talento necessário como têm os europeus, mas isso é normalíssimo porque a nossa cultura de Beethoven, Bach, Chopin, era no centro da Europa", disse à RTP, na altura.

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