"Decidimos avançar com uma operação, porque achamos que é o nosso dever", disse Rúben Ribeiro, diretor executivo da IntellCorp.
A empresa de inteligência portuguesa IntellCorp diz já ter ajudado pessoas no terreno e quer agora "fazer mil extrações" de pessoas do Afeganistão, entre as quais a família do refugiado afegão que vive no Porto.
"Decidimos avançar com uma operação, porque achamos que é o nosso dever. Acaba por ser responsabilidade social das empresas, quando têm essa possibilidade", explicou esta sexta-feira à Lusa Rúben Ribeiro, diretor executivo da IntellCorp.
Neste momento "o que falta é financiamento", porque o resto da operação que pretende resgatar "mil almas, com três aeronaves" já está pronta, garante o responsável.
Para esse financiamento, procuram entre 150 mil e 300 mil euros por voo, que pode mudar de valor tendo em conta o destino do mesmo. Mas o objetivo é trazer toda a gente, independentemente da sua nacionalidade, para Portugal, para que, a partir daí, possam "fazer a passagem para os destinos que forem".
A angariação será feita através de uma campanha na página GoFundMe, que estará disponível brevemente.
Rúben Ribeiro adiantou à Lusa que dessas mil pessoas que pretende resgatar, "acima das cinco dezenas" são portuguesas e confirmou que a mãe e a irmã de Nasir Ahmad, refugiado afegão que vive no Porto desde 2016, estão na "lista prioritária".
A Lusa tentou contactar o afegão, que anunciou, a 30 de agosto, que ia fazer greve de fome até ter uma resposta do Governo português, mas não conseguiu até ao momento.
A empresa, que presta serviços a políticos, empresários e a particulares de segurança e inteligência, já tinha meios no terreno quando a crise escalou, altura em que começou a "receber pedidos de parceiros norte-americanos, britânicos", entre outros.
"Havia muitas pessoas, muitas famílias, que queriam chegar ao aeroporto e não estavam a conseguir" e os ativos da IntellCorp no terreno prestaram esse apoio.
Com a saída dos militares dos Estados Unidos da América e dos aliados, "a situação complicou-se, porque as pessoas ficaram para trás".
Em causa estão pessoas "de todos os Estados, que começaram a entrar em desespero".
É por isso que está a trabalhar com pedidos de "ex-funcionários portugueses, da ONU, de ONG, dos norte-americanos, dos britânicos, da União Europeia -- muita gente da União Europeia --, e situações mais complicadas, como indivíduos que trabalharam com serviços de inteligência e estão expostos e estão desesperados".
O responsável explicou ainda que "é possível que as listas [da IntellCorp] não coincidam" com as do Estado português, "porque não houve confrontação" entre as intenções de resgate da empresa e do Governo.
Esta é uma iniciativa privada, que não tem o apoio do Estado, ainda que esteja a trabalhar com as autoridades, para garantir que "tudo é cumprido".
Os Ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Administração Interna foram contactados pela Lusa, mas ainda não deram resposta.
Fundada em 2014, a IntellCorp reúne profissionais de inteligência, forças de segurança, diplomatas e académicos.
Presta serviços como avaliação de vulnerabilidades, verificação de antecedentes, assessoria de imagem, de carreira ou política, negociação e resgate e missões especiais no terreno.
Os talibãs retomaram Cabul em 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital pôs fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e aliados na NATO, incluindo Portugal.
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