Água no Alqueva chegará aos 200 mil hectares
Em vez dos projetados seis mil metros cúbicos de água por hectare, o gasto efetivo é de pouco mais de metade, ficando abaixo dos 3500.
A água da barragem do Alqueva pode, afinal, chegar a cerca de 200 mil hectares de terra, mais vinte por cento do que os 170 mil já contratualizados.
A concessão da Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva (EDIA) ronda os 600 milhões de metros cúbicos de água e o sistema foi projetado para um consumo anual de seis mil metros cúbicos por hectare. Feitas as contas, chegase aos 120 mil hectares de que sempre se falou.
Acontece que, ao fim de cerca de duas décadas de experiência, os técnicos concluíram que o gasto por hectare não é de seis mil metros cúbicos, mas de pouco mais detrês mil, pelo que a área de rega poderia crescer substancialmente. Foram realizados estudos, apresentadas candidaturas e atingiu-se uma nova área de regadio próxima dos 50 milhectares.
E foi nesse pressuposto que, há cerca de um mês, foi aprovada em Conselho de Ministros a expansão da área de regadio do Alqueva em mais 47 mil hectares, devendo atingir dentro de poucos anos um total de 170 mil. Mas atendendo ao que é necessário para regar, em média, um hectare, a área pode alargar-se ainda por mais cerca de 30 mil hectares, chegando então aos 200 mil.
"Isso poderá, de facto, acontecer em poucos anos. São os 120 mil iniciais, que já estão em funcionamento, mais os quase 50 mil agora aprovados pelo Governo e uns 30 mil hectares vizinhos, a sistematizar em breve", disse José Pedro Salema, presidente da EDIA, um dos participantes na primeira conferência da sexta edição do Prémio Nacional de Agricultura.
Criada há 21 anos, a EDIA é responsável pela maior áreade regadio do País, que transformou significativamente a paisagemdestazonainterior da região alentejana.
José Pedro Salemanão sabe até onde pode crescer o Alqueva, mas consideraque 200 mil hectares será, muito provavelmente, o limite deste enorme sistema de regadio.
"Até aí estou em crer que poderemos ir assegurando qualidade e fiabilidade, mas mais do que os 200 milhectares já será, em meu entender, pedir demais a um sistema que foi projetado para 120 mil hectares, ou seja, pouco mais de metade", afirmouo presidente da EDIA.
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