O ataque ocorreu por volta das 6h10 na linha de Sena, no troço entre Mazamba e Cundue, na província de Sofala, e o alvo foi um comboio do consórcio indiano ICVL, que opera quatro concessões de carvão mineral na província de Tete, declarou o porta-voz dos Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, Adélio Dias.
"O maquinista foi atingindo com uma bala no ombro, mas felizmente sobreviveu, estando agora a ser assistido num hospital local", afirmou Adélio Dias, acrescentando que a vítima não conseguiu identificar os autores dos disparos.
Ligando o Porto da Beira, via Dondo, ao Maláui, a linha de Sena, com 357 quilómetros, é considerada a "espinha dorsal" da região centro, e é a partir dela que é transportado o carvão extraído por multinacionais em Tete.
Na passada terça-feira, a empresa anunciou que quatros dos seus colaboradores desapareceram após a avaria da dresina (veículos ligeiros ferroviários) em que se faziam transportar no troço floresta-Lunza, também na província de Sofala.
O porta-voz dos CFM disse que é prematuro associar os dois incidentes, avançando que as autoridades continuam a realizar operações para a localização dos funcionários desaparecidos.
O centro de Moçambique está há pouco mais de um ano a ser palco de ataques armados atribuídos a um grupo de dissidentes da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), o principal partido de oposição no país.
A autoproclamada Junta Militar da Renamo, liderada por Mariano Nhongo, antigo dirigente de guerrilha, é acusada de protagonizar ataques armados contra civis e forças governamentais em estradas e povoações das províncias de Sofala e Manica, centro de Moçambique, incursões que já provocaram a morte de pelo menos 30 pessoas desde agosto do ano passado, avança a Lusa.