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Polícia faz apreensão recorde de heroína e crack no norte de Moçambique

Droga foi encontrada no fundo falso do contentor de um camião durante uma fiscalização no posto de controlo do distrito de Ribaue.
Lusa 16 de Outubro de 2020 às 22:57
Polícia de Moçambique
Polícia de Moçambique FOTO: António Silva/Lusa
A polícia moçambicana apreendeu 343 quilos de heroína e 'crack' (subproduto da cocaína) na noite de quarta-feira, em Nampula, no norte do país, apreensão recorde na província, disse esta sexta-feira à Lusa fonte da corporação.

"É a maior quantidade de drogas pesadas até aqui apreendidas na província", referiu o porta-voz provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM), Zacarias Nacute.

A droga, 185 quilos de 'crack' e 158 quilos de heroína, foi encontrada no fundo falso do contentor de um camião durante uma fiscalização no posto de controlo do distrito de Ribaue.

"Era um exercício normal de fiscalização. O camião aparentava estar vazio, mas por suspeitas foi encaminhado para o comando provincial e lá fez-se uma revista minuciosa e acabou ser encontrada droga", explicou.

Segundo a polícia, a mercadoria, que estava em pacotes de um quilo, era oriunda de Cabo Delgado, província vizinha, e supõe-se que tinha como destino a Tanzânia.

Na ocasião a corporação deteve duas pessoas, de nacionalidade moçambicana, com idades entre 35 a 40 anos, que transportavam a droga.

"Um deles tem nacionalidade moçambicana, mas é natural da Tanzânia", disse o porta-voz.

A polícia, que ainda está a investigar o caso, acredita estar perante a ação de uma rede de tráfico de drogas.

"Estamos a investigar, com o Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) e outras autoridades, para encontrar os possíveis proprietários da droga", concluiu.

A província de Cabo Delgado vive uma crise humanitária com mais de mil mortos e 250.000 deslocados devido a uma insurgência armada que as Nações Unidas acreditam estar ligada ao tráfico de droga.

As autoridades do Quénia e Tanzânia aumentaram a vigilância nos últimos anos, empurrando os traficantes para sul, em direção à costa moçambicana, "em busca de novas rotas e novos mercados", referiu César Guedes, representante do Escritório das Nações Unidas para a Droga e Crime Organizado (UNODC) em Moçambique, numa entrevista à Lusa, em junho.

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