Daesh volta a ameaçar Portugal
Secretas acompanham portugueses na Síria desde 2013.
O grupo extremista Daesh voltou a ameaçar a Europa através de um comunicado na Internet.
"Hoje é Bruxelas e o seu aeroporto, amanhã poderá ser Portugal ou Hungria", diz-se no artigo, citado pelo jornal Washington Times.
De acordo com um especialista citado pelo jornal, o ataque não é específico para Portugal, mas sim para lembrar que nenhuma nação está a salvo dos extremistas do Daesh.
Por outro lado, os serviços de informações acompanham, desde 2013, portugueses e luso-descendentes que se encontram atualmente na Síria, ligados ao grupo Daesh. Esta informação foi confirmada no Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2015.
"Os resultados alcançados pelos serviços de informação têm permitido rastrear cidadãos nacionais que se deslocam para os palcos de 'jihad'" para se juntarem "ao grupo Daesh ou à Al-Qaida e detetar células relacionadas com o recrutamento de 'jihadistas' ou com a promoção de apoio logístico a grupos terroristas transnacionais", refere o RASI no capítulo "ameaças globais à segurança".
Os serviços de informações consideram também que se registou "uma evolução de ameaça de terrorismo islamita, atendendo às estruturas de apoio logístico de radicalização e recrutamento".
"Preocupação acrescida suscita a atração que a 'jihad' síria exerce sobre os extremistas europeus, entre os quais se incluem cidadãos portugueses ou de origem portuguesa, em função da facilidade de acesso a este teatro, por contraposição a palcos de conflito anteriores e da eficiente máquina propagandística do grupo Daesh", adianta o documento.
A situação no Norte de África/Sahel foi igualmente alvo de rigorosa monitorização em função "do acentuado aumento da ameaça que impende sobre os interesses portugueses não só na região mas também na África Ocidental, em resultado da recapacitação dos grupos do universo da Al-Qaida" e da penetração do grupo Daesh no Norte de África, particularmente na Líbia e Egipto.
Recentemente, o Daesh reeivindicou os ataques em Bruxelas, que causaram mais de 30 mortos e cerca de 300 feridos.
Reforçadas medidas de segurança após mensagem do Daesh
A secretária-geral do Sistema de Segurança Interna, Helena Fazenda, admitiu esta quinta-feira um reforço das medidas de segurança na sequência de uma mensagem do grupo extremista Daesh com referência a Portugal.
"A situação foi conhecida e foram tomadas as medidas de reforço e articulação entre as forças de segurança", disse à Lusa Helena Fazenda.
Perante a missiva do grupo extremista, a secretária-geral do Sistema de Segurança Interna referiu que "foram tomadas as medidas de reforço que tinham que ser tomadas, incluindo nos aeroportos, no contexto do que foi publicitado [mensagem], havendo uma articulação de todos as forças e serviços de segurança, incluindo os serviços de informações".
Questionada sobre a veracidade da alegada mensagem do Daesh, Helena Fazenda não se quis pronunciar.
Entretanto, o gabinete de imprensa da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, referiu que "as autoridades portuguesas estão a acompanhar esta informação, como fazem com todas as outras, direta ou indiretamente que façam referência a Portugal ou a cidadãos portugueses".
Fonte das forças e serviços de segurança portugueses adiantou à Lusa que, após o conhecimento da mensagem, houve um reforço das medidas de vigilância nos aeroportos portugueses, apesar do nível de alerta se manter inalterado (moderado).
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