Investidura adiada divide separatistas da Catalunha

Juntos pela Catalunha e CUP contestam decisão do presidente do parlamento, Roger Torrent, da ERC, de adiar tomada de posse de Puigdemont após ultimato do Constitucional.

31 de janeiro de 2018 às 08:41
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A decisão do presidente do parlamento da Catalunha, Roger Torrent, de adiar a investidura de Carles Puigdemont, marcada para terça-feira à tarde, abriu uma crise entre os partidos separatistas.

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Tanto a CUP como o Juntos Pela Catalunha queriam que a sessão se realizasse apesar de não haver garantias sobre a presença do ex-presidente do governo, mas Roger Torrent, da ERC, decidiu adiar a sessão por tempo indeterminado face ao ultimato do Tribunal Constitucional, que decidiu que Puigdemont só podia tomar posse em pessoa e com autorização judicial.

O presidente do parlamento garantiu que mantém a candidatura de Puigdemont à chefia do próximo governo mas insistiu que o debate de investidura só decorrerá quando tiver a certeza de que o mesmo decorrerá "de forma efetiva e com garantias".

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A decisão não agradou ao partido de Puigdemont, Juntos Pela Catalunha, que correu a reclamar não ter sido informado nem consultado sobre a decisão. Soube-se, também, que Torrent tentou, em vão, telefonar cinco vezes a Puigdemont na manhã de terça-feira, mas este não atendeu nem devolveu a chamada.

Já os radicais da CUP criticaram o adiamento e fizeram questão de ocupar os seus lugares no parlamento à hora a que estava marcado o debate de investidura para expressar o seu protesto.

Carros revistados em busca de Puigdemont  

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Agentes dos Mossos d’Esquadra e da Polícia Nacional passaram ontem a pente fino todos os veículos que acederam ao parlamento da Catalunha, não só por motivos de segurança, mas também para evitar que Puigdemont aparecesse de surpresa na sessão de investidura que acabou por ser cancelada. Nem o táxi em que seguia o líder do Podem, Xavier Domènech, escapou à revista dos agentes, que até espreitaram no porta-bagagens.

Manifestantes cercam parlamento

Apoiantes da independência saltaram as barreiras policiais e invadiram ontem à tarde a zona junto ao parlamento num protesto contra o adiamento da sessão e prometeram passar ali a noite "em defesa da democracia". Deputados do Cidadãos foram insultados ao deixar o edifício.

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PORMENORES

Advertência de Rajoy

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, advertiu o presidente do parlamento que incorre no crime de desobediência se permitir a investidura de Puigdemont sem respeitar as condições determinadas pelo Tribunal Constitucional.

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Esquecer Puigdemont

Os socialistas Pedro Sánchez e Miquel Iceta disseram ontem que o caminho de Puigdemont está "esgotado" e que os partidos independentistas devem "virar a página e escolher outro candidato" à presidência do governo catalão.

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