Polícias recusaram enfrentar atirador em escola na Florida

Quatro elementos do gabinete do xerife de Broward County ficaram no exterior do edifício enquanto decorria tiroteio.

25 de fevereiro de 2018 às 01:30
Tiroteio em escola na Florida Foto: EPA
Autor do massacre em escola da Flórida em tribunal Foto: Reuters
Tiroteio na Flórida Foto: Getty Images

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Quatro polícias podiam ter travado o massacre da semana passada numa escola da Florida, mas recusaram entrar no edifício e confrontar o atirador. Um dos agentes, que era o responsável pela segurança da escola e foi o primeiro a chegar ao local, 90 segundos após o início do tiroteio, foi acusado de "cobardia" pelo presidente Donald Trump.

Dez dias após o massacre no liceu Marjory Stoneman Douglas, a atuação das forças de segurança está a ser escrutinada ao milímetro, e as primeiras indicações causaram revolta e indignação entre os familiares das 17 vítimas. O principal alvo da ira é o agente Scot Peterson, do gabinete do xerife de Broward County, que era o responsável pela segurança da escola.

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Peterson, que estava armado, chegou ao edifício 90 segundos após o início dos disparos mas, inexplicavelmente, permaneceu no exterior, escondido atrás de um carro, enquanto o atirador, Nikolas Cruz, disparava indiscriminadamente contra alunos e professores. Pouco depois, chegaram ao local outros três agentes da mesma força que também optaram por procurar refúgio atrás de uma viatura em vez de entrarem no edifício e confrontarem o atirador ou, pelo menos, tentarem retirar os feridos.

O caso foi denunciado pela polícia de Coral Springs, cujos agentes chegaram ao local minutos depois e foram os primeiros a entrar na escola. Por essa altura, o atirador já tinha fugido.

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No total, o tiroteio durou cerca de seis minutos, pelo que a intervenção dos quatro agentes de Broward County podia ter sido decisiva para evitar mais mortes.

Peterson, que não conseguiu explicar porque não atuou, já foi suspenso, e os outros três agentes estão a ser alvo de uma investigação interna. "Se descobrirmos que cometeram erros e não atuaram como deviam vamos agir em conformidade", garantiu o xerife Scott Israel.

PORMENORES

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Empresas cortam com NRA

Várias empresas norte-americanas, incluindo as multinacionais Delta Airlines, Hertz e Symantec, cortaram a sua ligação comercial à National Rifle Association (NRA), o principal lóbi pró-armas de fogo dos EUA, devido à forte pressão da opinião pública após mais um massacre numa escola.

Apertar legislação

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O governador da Florida, Rick Scott, aliado da NRA, cedeu à pressão e admitiu alterar a lei para aumentar de 18 para 21 anos a idade mínima para comprar espingardas de assalto como a usada pelo atirador.

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