Polícias recusaram enfrentar atirador em escola na Florida
Quatro elementos do gabinete do xerife de Broward County ficaram no exterior do edifício enquanto decorria tiroteio.
Quatro polícias podiam ter travado o massacre da semana passada numa escola da Florida, mas recusaram entrar no edifício e confrontar o atirador. Um dos agentes, que era o responsável pela segurança da escola e foi o primeiro a chegar ao local, 90 segundos após o início do tiroteio, foi acusado de "cobardia" pelo presidente Donald Trump.
Dez dias após o massacre no liceu Marjory Stoneman Douglas, a atuação das forças de segurança está a ser escrutinada ao milímetro, e as primeiras indicações causaram revolta e indignação entre os familiares das 17 vítimas. O principal alvo da ira é o agente Scot Peterson, do gabinete do xerife de Broward County, que era o responsável pela segurança da escola.
Peterson, que estava armado, chegou ao edifício 90 segundos após o início dos disparos mas, inexplicavelmente, permaneceu no exterior, escondido atrás de um carro, enquanto o atirador, Nikolas Cruz, disparava indiscriminadamente contra alunos e professores. Pouco depois, chegaram ao local outros três agentes da mesma força que também optaram por procurar refúgio atrás de uma viatura em vez de entrarem no edifício e confrontarem o atirador ou, pelo menos, tentarem retirar os feridos.
O caso foi denunciado pela polícia de Coral Springs, cujos agentes chegaram ao local minutos depois e foram os primeiros a entrar na escola. Por essa altura, o atirador já tinha fugido.
No total, o tiroteio durou cerca de seis minutos, pelo que a intervenção dos quatro agentes de Broward County podia ter sido decisiva para evitar mais mortes.
Peterson, que não conseguiu explicar porque não atuou, já foi suspenso, e os outros três agentes estão a ser alvo de uma investigação interna. "Se descobrirmos que cometeram erros e não atuaram como deviam vamos agir em conformidade", garantiu o xerife Scott Israel.
PORMENORES
Empresas cortam com NRA
Várias empresas norte-americanas, incluindo as multinacionais Delta Airlines, Hertz e Symantec, cortaram a sua ligação comercial à National Rifle Association (NRA), o principal lóbi pró-armas de fogo dos EUA, devido à forte pressão da opinião pública após mais um massacre numa escola.
Apertar legislação
O governador da Florida, Rick Scott, aliado da NRA, cedeu à pressão e admitiu alterar a lei para aumentar de 18 para 21 anos a idade mínima para comprar espingardas de assalto como a usada pelo atirador.
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