Cessar-fogo não trava bombardeamentos na Síria
Pelo menos sete pessoas morreram em ataques do regime sírio após resolução da ONU.
O cessar-fogo ordenado no sábado pelas Nações Unidas foi, em grande parte, ignorado pelas forças em conflito na Síria, com o regime sírio a bombardear este domingo, pelo oitavo dia consecutivo, o enclave rebelde de Ghouta Oriental, e as milícias aliadas a lançarem ataques terrestres em várias frentes.
Pelo menos sete pessoas morreram e mais de trinta ficaram feridas em ataques aéreos do regime na manhã de ontem, fazendo subir para 527 o número de vítimas mortais da ofensiva lançada no passado domingo contra o último bastião rebelde nos arredores de Damasco. Os ataques aéreos foram acompanhados por avanços terrestres das forças sírias e milícias iranianas aliadas a sul e leste de Ghouta, que foram repelidos pelos rebeldes.
O cessar-fogo, aprovado de forma unânime pelo Conselho de Segurança no sábado, não estabelece uma data para a sua entrada em vigor, o que poderá criar confusão no terreno.
A trégua, recorde-se, tem a duração prevista de 30 dias e visa permitir o envio de ajuda humanitária e a retirada de feridos das zonas cercadas, incluindo Ghouta Oriental, onde quase 400 mil pessoas estão encurraladas há mais de três anos pelas forças do regime.
PORMENORES
Apelo a Putin
A chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês Emmanuel Macron pediram ontem ao presidente russo Vladimir Putin para exercer "máxima pressão" sobre o regime sírio para respeitar o cessar-fogo decretado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Sofrimento "desumano"
O Papa Francisco lamentou ontem o sofrimento "desumano" do povo sírio. "Nos últimos dias, o meu pensamento foi frequentemente tomado pela querida e mártir Síria. Não podemos combater o mal com outro mal", disse o Sumo Pontífice.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt