Antigo rei de Espanha pode ser alvo de investigação

Juan Carlos, monarca emérito, só tem imunidade relativamente a atos cometidos durante o reinado.

26 de julho de 2018 às 09:22
Corinna zu Sayn-Wittgenstein, "amiga íntima" do ex-monarca espanhol, diz ter sido usada como testa de ferro Foto: Direitos Reservados
Juan Carlos Foto: Andrea Comas/Reuters
Espanha, Juan Carlos I, Felipe VI, política Foto: Andrea Comas/Reuters

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A Procuradoria-Geral espanhola confirmou que o rei emérito Juan Carlos deixou de ter imunidade judicial quando abdicou do trono a favor do filho. O esclarecimento surge numa altura em que aumenta a pressão para a abertura de uma investigação às gravações em que a sua antiga amante, Corinna zu Sayn-Wittgenstein, afirma que o ex-monarca a usou como testa de ferro para esconder dinheiro em contas secretas na Suíça.

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A iniciativa de pedir o esclarecimento à Procuradoria partiu da ministra da Justiça, Dolores Delgado, que frisou que se tratava de uma consulta "informal" e que não está relacionada com nenhuma iniciativa judicial em curso. A resposta foi que Juan Carlos, de 80 anos, só tem imunidade relativamente aos atos cometidos durante o seu reinado ou, posteriormente, em atos oficiais em que participou em representação do Estado. O seu estatuto não impede, por isso, que venha a ser investigado por possíveis crimes cometidos depois de abdicar do trono.

Em causa estão as 'gravações de Corinna', uma série de áudios gravados em segredo pelo antigo chefe da Polícia Nacional, Manuel Villarejo, que está preso por associação criminosa. Nessas gravações, a mulher que há anos é descrita pela imprensa espanhola como "amiga íntima" do rei emérito, diz que Juan Carlos a usou como testa de ferro para esconder milhões na Suíça e acusa-o de usar a sua posição para angariar fundos para o Instituto Nóos, do genro Iñaki Urdangarin.

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