Ciclone que atingiu sul do Brasil já matou 22 pessoas

Bombeiros descobriram 15 pessoas mortas numa única casa na cidade de Muçum.

05 de setembro de 2023 às 21:39
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O ciclone extratropical que começou a formar-se sobre o Oceano Atlântico no domingo e esta segunda-feira atingiu em cheio o estado brasileiro do Rio Grande do Sul, no sul do país, já matou pelo menos 22 pessoas. Do total de vítimas fatais, 21 eram do estado do Rio Grande do Sul e a outra do vizinho estado de Santa Catarina, igualmente atingido mas com menor intensidade.

Até à manhã desta terça-feira, o total de mortos no Rio Grande do Sul era oficialmente de seis, mas os bombeiros descobriram 15 pessoas mortas numa única casa na cidade de Muçum. A cidade, com 4961 habitantes, está toda submersa e os bombeiros navegavam pelo que antes eram ruas num barco à procura de pessoas ilhadas quando localizaram a casa com as 15 vítimas fatais, que provavelmente se tinham refugiado ali tentando fugir da brutal subida do nível do Rio Taquari mas foram surpreendidas pelo avançoextremamente rápido das águas.

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Muçum está totalmente isolada do resto do estado, pois a ponte que a ligava à cidade vizinha, Roca Salles, foi levada pela enxurrada. Em Roca Sales, uma senhora morreu na tarde desta terça-feira quando estava muito perto de ser salva, quando o cabo que a içava para um helicóptero dos bombeiros se rompeu e a atirou para o rio revolto, que está 13 metros acima do nível normal.

O ciclone, o quinto registado este ano num país em que esse fenómeno natural não existia, chegou com ventos superiores a 100 km por hora e chuva torrencial, tendo em algumas cidades chovido mais de 200mm em poucas horas. Os ventos e a chuva provocaram um enorme rasto de destruição em 88 cidades do Rio Grande do Sul, que ainda não se tinha refeito do ciclone de Junho, derrubaram casas, colapsaram estradas e deixaram dezenas de cidades sem energia, água ou telefone, ou porque os postes que sustentavam os fios foram arrancados pela tempestade ou porque as empresas concessionárias optaram por cortar o fornecimento para evitarem mais mortes após pessoas terem sido electrocutadas dentro de casas inundadas.

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