Israel ameaça transformar o Irão num inferno

As ameaças sobem de tom, entre Telavive e Teerão, após 48 horas de bombardeamentos. Para o ministro da Defesa israelita, o irão só tem dois caminhos: ou pára com os ataques, ou Teerão “vai arder”. “O ditador iraniano mantém os cidadãos iranianos reféns e demonstra que eles, e particularmente os residentes de Teerão, pagarão um preço elevado pelos danos criminais causados aos cidadãos de Israel. Se Khamenei [o supremo líder do Irão] continuar a disparar mísseis contra a retaguarda israelita, Teerão vai arder”, garante Israel Katz em comunicado. Mas o Irão parece não estar disposto a ceder, “ninguém está a salvo em Israel”, avisa, e vai mesmo mais longe nas ameaças, envolvendo Estados Unidos, o Reino Unido e a França. Se não pararem de ajudar Israel, as bases militares e navios destes países localizados na região estarão também na mira das forças iranianas. Não há dados concretos sobre o número de vítimas dos bombardeamentos deste sábado e sexta-feira.

Do lado do Irão terão morrido cerca de 80 pessoas e haverá mais de 300 feridos; já Israel fala em três mortos e mais de 40 feridos. Os líderes das principais potências mundiais têm apelado à contenção, mas a tensão é evidente. Um sinal de que o conflito entre os dois países se pode agravar nas próximas horas, o facto de o Irão considerar que as negociações nucleares com os Estados Unidos “não fazem sentido”. “Não se pode alegar que se está a negociar enquanto, ao mesmo tempo, se permite que o regime sionista [Israel] ataque território iraniano”, alega o ministro dos Negócios Estrangeiros, Ismail Baghaei. Isto, depois de Donald Trump insistir para que o Irão assine o acordo que está em cima da mesa “antes que não reste nada” do que já foi “conhecido como o Império Iraniano”.