Republicanos e democratas dos EUA com grandes divergências sobre acordo orçamental

Democratas estão a "apontar uma arma à cabeça do povo norte-americano" com as suas exigências para evitar uma "paralisação", afirmou Vance.

29 de setembro de 2025 às 23:40
Casa Branca Foto: Patrick Semansky/AP
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Uma reunião na Casa Branca sobre um acordo para estender o financiamento da administração pública terminou, esta segunda-feira, com grandes divergências entre republicanos e democratas, a pouco mais de 24 horas do fim do prazo para evitar uma paralisação.

Após a reunião na Casa Branca entre Donald Trump e os líderes democratas e republicanos no Congresso, o vice-presidente JD Vance alertou que o país se encaminha para uma paralisia, apontando o dedo à oposição.

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Os democratas estão a "apontar uma arma à cabeça do povo norte-americano" com as suas exigências para evitar uma "paralisação", afirmou à imprensa Vance.

"Penso que estamos a caminhar para uma paralisação por os democratas não fazerem a coisa certa", criticou, numa linha semelhante a declarações anteriores de Donald Trump colocando o ónus na oposição.

O líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, admitiu após a reunião com Trump que ainda há "grandes divergências" com os republicanos para evitar uma paralisação antes de terça-feira à noite.

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O Senado norte-americano rejeitou a 19 de setembro um projeto-lei de financiamento temporário do estado aprovado anteriormente na câmara baixa do Congresso pelos republicanos, que imediatamente responsabilizaram os democratas por uma eventual paralisação parcial.

Apenas um senador democrata votou a favor do projeto-lei republicano, que reuniu 48 votos a favor (44 contra) e ficou assim bastante aquém dos 60 votos necessários para a sua aprovação, segundo as regras do Senado.

No Senado, a maioria republicana é de 53 lugares contra 47 dos democratas, e é necessário apoio de 60 senadores para aprovar o projeto, obrigando a captar sete votos da bancada da oposição.

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Os democratas apresentaram uma proposta de financiamento alternativa que protegeria subsídios aos cuidados de saúde, mas a sua minoria em ambas as câmaras torna a sua aprovação quase impossível.

O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, ameaçou repetidamente com uma paralisação se não fossem atendidas as exigências do seu partido de reposição de fundos para a saúde pública, cortados pelo pacote legislativo de Trump batizado pelo próprio de "grande e bela lei".

Antes da votação no Senado, a câmara baixa do Congresso, também de maioria republicana, aprovou um financiamento para sete semanas, entre 01 de outubro e 21 de novembro.

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O projeto de lei, em geral, financiaria a administração pública aos níveis atuais, com algumas exceções - como mais 88 milhões de dólares para a segurança dos membros do Congresso, Supremo Tribunal e do governo, numa altura de crescentes ameaças sobre estes e do assassinato do ativista conservador Charlie Kirk.

No início do ano, Schumer votou com os republicanos para manter o financiamento ao governo, e foi por isso alvo de críticas no seu partido, mas agora afirma-se disposto a arriscar uma paralisação se as suas exigências não forem atendidas.

A principal mudança desde então, salientou Schumer, foi que os republicanos aprovaram o pacote legislativo de Trump sobre isenções fiscais e cortes de despesas contemplando poupanças no Medicaid e noutros programas públicos de assistência de saúde, que implicam que milhões de pessoas ficarão sem acesso aos mesmos.

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Na anterior votação, os democratas dividiram-se, com Jeffries a votar contra, mas afirmam agora estar unidos na defesa dos cortes previstos na saúde.

A reunião desta segunda-feira contou com a presença de Schumer e Jeffries, bem como dos líderes republicanos da Câmara e do Senado, respetivamente John Thune e Mike Johnson.

Numa conferência de imprensa, Jeffries rejeitou, esta segunda-feira, "simplesmente concordar com um projeto de lei republicano que continua a prejudicar a saúde dos americanos comuns que já vivem com a economia de Trump, onde os custos não estão a diminuir, mas sim a aumentar".

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Antes do final do prazo, o Senado deverá na terça-feira votar novamente a proposta de republicana para manter temporariamente o financiamento durante sete semanas.

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