Republicanos preparam votação no Senado para acabar com paralisação do governo 

Projeto ainda terá de ser aprovado pela Câmara de Representantes, cujos trabalhos têm estado suspensos.

10 de novembro de 2025 às 22:11
O Capitólio, em Washington, onde funciona o Senado dos Estados Unidos Foto: EPA
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O Senado dos Estados Unidos irá votar nas "próximas horas" legislação para acabar com a paralisação do governo por falta de financiamento, a maior da história do país, disse o líder republicano da câmara alta do Congresso.

"O povo norte-americano já sofreu o suficiente. Não vamos prolongar este projeto de lei desnecessariamente", disse o líder da maioria no Senado, John Thune, na abertura da sessão de hoje.

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Thune disse esperar que a aprovação demore "horas, não dias", depois de os republicanos terem conseguido o apoio de um número suficiente de democratas para fazer avançar a proposta para votação.

O projeto ainda terá de ser aprovado pela Câmara de Representantes, cujos trabalhos têm estado suspensos, seguindo depois para promulgação na Casa Branca.

O presidente da Câmara de Representantes, Mike Johnson, pediu aos congressistas que comecem a regressar a Washington "imediatamente", devido aos atrasos nos aeroportos, causados pela própria paralisação.

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"Temos de o fazer o mais rapidamente possível", disse Johnson em conferência de imprensa.

Democratas e republicanos chegaram no domingo a acordo no Senado para pôr fim à mais longa paralisação do Governo, após um acordo apoiado pelas senadoras democratas Jeanne Shaheen e Maggie Hassan, pelo independente Angus King, segundo os media norte-americanos.

Também votaram a favor do acordo os senadores democrata Tim Kaine, Dick Durbin, John Fetterman, Catherine Cortez Masto e Jacky Rosen, mas não alguns dos colegas de bancada que estiveram envolvidos nas negociações das últimas semanas.

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Os apoios obtidos permitiram aos republicanos perfazer os 60 votos necessários para fazer avançar a legislação, que inclui a reversão das demissões em massa de funcionários federais promovidas pelo governo de Donald Trump desde o início da paralisação do governo, além de proteger os funcionários federais contra novos despedimentos até janeiro e garantir que são pagos após o fim da paralisação.

O acordo inclui projetos de lei bipartidários elaborados pela Comissão de Orçamento do Senado para financiar até 30 de janeiro partes do governo, ajuda alimentar, programas para veteranos e o Poder Legislativo, entre outros.

A paralisação do Governo começou em 1 de outubro devido à ausência de acordo entre republicanos e democratas para aprovar o novo orçamento federal, que permite financiar as operações governamentais.

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Como parte do acordo, John Thune prometeu aos democratas votar, em dezembro, uma extensão dos subsídios para a lei dos cuidados de saúde, conhecida como Obamacare, que expira no final do ano e que se tinha tornado a principal exigência dos democratas.

Esta paralisação do Governo federal já dura há 40 dias, um recorde, e provocou a suspensão dos salários de várias centenas de milhares de funcionários federais, o encerramento de serviços básicos, o não pagamento de senhas de alimentação para os mais pobres e longos atrasos nos aeroportos e no tráfego aéreo devido à falta de controladores ou de membros da segurança aeroportuária, entre outras consequências.

Confrontados com a falta de salários, muitos funcionários públicos foram obrigados a recorrer a subsídios de alimentação ou a empréstimos de emergência, enquanto um grande número continuou a trabalhar sem receber o salário.

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A cedência dos senadores democratas moderados, sem a garantia de prorrogação dos subsídios à saúde, contrariou a liderança do próprio partido, que exigia que os republicanos negociassem previamente os créditos fiscais da Lei de Acesso à Saúde (Affordable Care Act), que expiram a 1 de janeiro.

O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, votou contra o avanço do pacote, assim como todos os seus colegas democratas, com exceção de oito.

O senador independente Bernie Sanders, que integra o grupo dos democratas, disse que desistir do combate foi um "erro terrível", posição secundada pelo senador Chris Murphy.

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Os democratas da Câmara criticaram prontamente o Senado.

O líder democrata na Câmara, Hakeem Jeffries, elogiou o líder democrata no Senado e manifestou apoio pela sua liderança durante a paralisação do governo.

"O povo norte-americano sabe que estamos do lado certo desta luta", disse Jeffries na segunda-feira, referindo-se aos resultados favoráveis das eleições da semana passada.

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