Acidentes ferroviários na Península Ibérica
O descarrilamento de um comboio, esta quarta-feira, em Santiago de Compostela, Espanha, foi um dos mais graves que se registou nos últimos 50 anos, não só em Espanha, mas também na Europa.
O acidente ocorrido perto de Santiago de Compostela, que provocou pelo menos 80 mortos e mais de 140 feridos, é o segundo acidente ferroviário mais grave registado em Espanha.
A 3 de janeiro de 1944, ocorreu o acidente mais grave de toda a história ferroviária espanhola. Um comboio expresso, que fazia a ligação entre Madrid e a Galiza, colidiu dentro de um túnel com uma locomotiva, perto da Torre del Bierzo. Estima-se que o acidente tenha provocado mais de meio milhar de mortos, mas o número oficial foi reduzido para 78 mortos e 75 feridos, segundo investigadores, pela censura praticada pelo regime de Franco.
O terceiro acidente mais grave ocorrido em Espanha registou-se a 21 de julho 1972. A colisão entre dois comboios na Andaluzia provocou 77 mortos e 103 feridos. Esta tragédia ficou conhecida como o acidente de El Cuervo.
Segue-se na lista de acidentes ferroviários mais graves, o descarrilamento de um comboio do metro de Valência, a 3 de julho de 2006, que provocou 43 mortos e 47 feridos.
A 24 de setembro, 1980 um comboio que fazia a ligação Madrid-Valência colidiu com um autocarro numa passagem de nível, na localidade de Chirivella, que tinha as barreiras levantadas. Neste acidente perderam a vida 27 pessoas e 40 ficaram feridas.
A 25 de março de 1988, um autocarro que atravessava uma passagem de nível sem barreiras, foi colhido por um comboio que fazia a ligação Zaragoza-Barcelona. Entre as 15 vítimas mortais, estavam 10 crianças, quatro professores, uma das quais grávida, e o motorista.
ACIDENTES EM PORTUGAL
Na Península Ibérica, colisões e descarrilamentos de comboios já fizeram centenas de mortos. Em Portugal, o acidente de Alcafache, ocorrido a 11 de Setembro de 1985, provocou mais de centena e meia de mortos. Presume-se que tenham morrido neste acidente entre 150 a 170 pessoas. Os passageiros eram na sua maioria emigrantes em França que regressavam a casa depois das férias de Verão. No ano seguinte, a 5 de maio, na Estação de Póvoa de Santa Iria, um comboio rápido embateu na traseira de um comboio regional, provocando 17 mortos e 80 feridos.
A 26 de julho de 1964, ocorreu um desastre ferroviário em Custóias, na Linha do Litoral Minho, que liga o Porto à Póvoa de Varzim e Famalicão. A última carruagem desengatou-se do resto da composição e colidiu com um pontão. O acidente foi provocado por excesso de peso devido a sobrelotação, embora também se aponte como causa possível o excesso de velocidade. Estima-se que deste acidente tenham resultado entre 91 a 102 vítimas mortais.
Em Novembro de 1997, dois comboios colidiram junto à Estação Ferroviária de Estômbar (Lagoa), na Linha do Algarve, causamdo seis mortos e 14 feridos.
O desastre ferroviário mais recente registado em Portugal registou-se a 21 de janeiro de 2013 na estação de Alfarelos. Dois comboios colidiram, provocando 21 feridos e interrompendo a linha do norte durante três dias.
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