Agca vende segredo por cinco milhões
Mehmet Ali Agca, o turco que em 1981 tentou assassinar o Papa João Paulo II, propôs-se revelar, em troca de cinco milhões de dólares, quem o encarregou do assassinato. De acordo com o primeiro canal da televisão russa, Ali Agca, que foi libertado há alguns dias da prisão turca onde cumpriu pena, sugeriu conceder uma entrevista exclusiva sobre o assunto, numa carta que enviou aos principais meios de Comunicação Social internacionais.
Na missiva, Agca afirma que os cinco milhões de dólares lhe serviriam de compensação pelos anos passados na prisão, depois de ter tentado pôr fim à vida de João Paulo II.
A 13 de Maio de 1981, o turco feriu a tiro o Papa polaco, na praça de São Pedro, em Roma, tendo sido depois condenado a prisão perpétua pela Justiça italiana. Posteriormente, João Paulo II visitou-o na prisão e perdoou-lhe, tendo Agca chegado mesmo a chamar-lhe seu “irmão espiritual”.
Os motivos do atentado são, até hoje, desconhecidos. Foi investigada a possibilidade de, por detrás do autor material da tentativa de assassinato – um ex-activista da organização de extrema-direita ‘Lobos Cinzentos’ – terem estado os serviços secretos da então comunista Bulgária ou mesmo o KGB soviético.
No momento da sua detenção, Agca levava no bolso uma nota na qual afirmava ter decidido tentar matar o Sumo Pontífice em protesto contra a política “imperialista” da União Soviética e dos Estados Unidos e o genocídio que estas potências estavam, na sua perspectiva, a cometer no Afeganistão e em El Salvador.
Recorde-se que, depois de ter cumprido 20 anos de prisão em Roma, Agca foi indultado e depois extraditado, em Junho de 2000, para a Turquia, onde cumpriu uma outra pena, por ter assassinado, em 1979, um jornalista do seu país.
O INDULTO DA DISCÓRDIA
Já na semana passada, Agca saiu em liberdade, aos 48 anos, na sequência de um indulto que provocou uma acesa polémica na Turquia. Refira-se a este propósito que o criminoso turco beneficiou ainda de várias amnistias e de uma redução de pena devido ao bom comportamento que evidenciou enquanto esteve preso.
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