Agca vende segredo por cinco milhões

Mehmet Ali Agca, o turco que em 1981 tentou assassinar o Papa João Paulo II, propôs-se revelar, em troca de cinco milhões de dólares, quem o encarregou do assassinato. De acordo com o primeiro canal da televisão russa, Ali Agca, que foi libertado há alguns dias da prisão turca onde cumpriu pena, sugeriu conceder uma entrevista exclusiva sobre o assunto, numa carta que enviou aos principais meios de Comunicação Social internacionais.

18 de janeiro de 2006 às 00:00
Partilhar

Na missiva, Agca afirma que os cinco milhões de dólares lhe serviriam de compensação pelos anos passados na prisão, depois de ter tentado pôr fim à vida de João Paulo II.

A 13 de Maio de 1981, o turco feriu a tiro o Papa polaco, na praça de São Pedro, em Roma, tendo sido depois condenado a prisão perpétua pela Justiça italiana. Posteriormente, João Paulo II visitou-o na prisão e perdoou-lhe, tendo Agca chegado mesmo a chamar-lhe seu “irmão espiritual”.

Pub

Os motivos do atentado são, até hoje, desconhecidos. Foi investigada a possibilidade de, por detrás do autor material da tentativa de assassinato – um ex-activista da organização de extrema-direita ‘Lobos Cinzentos’ – terem estado os serviços secretos da então comunista Bulgária ou mesmo o KGB soviético.

No momento da sua detenção, Agca levava no bolso uma nota na qual afirmava ter decidido tentar matar o Sumo Pontífice em protesto contra a política “imperialista” da União Soviética e dos Estados Unidos e o genocídio que estas potências estavam, na sua perspectiva, a cometer no Afeganistão e em El Salvador.

Recorde-se que, depois de ter cumprido 20 anos de prisão em Roma, Agca foi indultado e depois extraditado, em Junho de 2000, para a Turquia, onde cumpriu uma outra pena, por ter assassinado, em 1979, um jornalista do seu país.

Pub

O INDULTO DA DISCÓRDIA

Já na semana passada, Agca saiu em liberdade, aos 48 anos, na sequência de um indulto que provocou uma acesa polémica na Turquia. Refira-se a este propósito que o criminoso turco beneficiou ainda de várias amnistias e de uma redução de pena devido ao bom comportamento que evidenciou enquanto esteve preso.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar