Alemanha baixa preço da luz para indústria de alto consumo energético em 2026
Anúncio foi feito a poucos dias de uma cimeira sobre a crise no setor siderúrgico.
A Alemanha vai descer o preço da eletricidade para a indústria de alto consumo energético a partir do próximo ano, anunciou esta segunda-feira a ministra da Economia, a poucos dias de uma cimeira sobre a crise no setor siderúrgico.
"Parto do princípio de que introduziremos esse preço em 01 de janeiro do próximo ano", anunciou a ministra conservadora Katherina Reiche, no âmbito de um projeto do Governo para apoiar empresas com alto consumo de energia, da química ao aço, passando pela indústria automóvel.
"Estamos nas etapas finais das negociações com a Comissão Europeia", acrescentou durante uma conferência sobre a indústria em Berlim, na presença do vice-presidente da Comissão Europeia Stéphane Séjourné, responsável pelos dossiês industriais.
O preço reduzido para a indústria será um "elemento-chave para a competitividade do aço", segundo a ministra.
O jornal Handelsblatt indica que a medida para três anos custaria 4,5 mil milhões de euros ao orçamento federal, com base num estudo realizado pela Agência Alemã de Energia (DENA).
A coligação entre conservadores e sociais-democratas estabeleceu como prioridade reduzir o preço da eletricidade na Alemanha, que aumentou fortemente na sequência da guerra na Ucrânia e continua a ser até três vezes mais caro do que na China ou nos Estados Unidos.
Esta ajuda, no entanto, será condicionada: as empresas terão que investir 50% a mais em "eficiência e sustentabilidade". Os comprovativos desses investimentos deverão ser o menos burocráticos possível, segundo a ministra.
O anúncio surge poucos dias antes de uma "cimeira do aço" prevista para quinta-feira em Berlim com o chanceler Friedrich Merz, num momento em que o setor siderúrgico enfrenta uma situação difícil, nomeadamente devido à concorrência chinesa.
Para a indústria siderúrgica, "prolongar a compensação dos preços da eletricidade além de 2030 é ainda mais crucial", segundo Reiche.
A Comissão Europeia deu "bons sinais" a este respeito e a sua decisão deverá ser tomada "nas próximas semanas", segundo a ministra.
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