Aluno de 14 anos que matou colegas queria cometer um massacre

Há ainda quatro adolescentes feridos.

21 de outubro de 2017 às 18:25
Escola onde aconteceu o crime Foto: Getty Images
Escola onde aconteceu o crime Foto: Getty Images
Escola onde aconteceu o crime Foto: Getty Images

1/3

Partilhar

O aluno de 14 anos que esta sexta-feira matou dois colegas e feriu outros quatro à bala no colégio particular que todos frequentavam em Goiânia, capital do estado brasileiro de Goiás, foi para a sala de aula disposto a levar a cabo um massacre como outros que vira na televisão. A afirmação é do responsável pelas investigações, delegado (inspector) Luiz Gonzaga Júnior.

"Ele ia matar todo mundo. Levou dois carregadores para a escola. Descarregou o primeiro, carregou o segundo e deu mais um tiro, mas foi abordado pela coordenadora escolar. Ele pensou até em se matar, chegou a apontar a arma para a cabeça, mas foi convencido pela coordenadora a travar a arma."-Descreveu o oficial da Polícia Civil (Judiciária) de Goiânia.

Pub

Ainda de acordo com o delegado, o aluno, que foi dominado por funcionários da escola e levado para a biblioteca até à chegada da polícia, inspirou-se em dois massacres, o de Columbine, nos EUA, e o de Realengo, no Rio de Janeiro, em que os atiradores entraram armados nas escolas e começaram a atirar contra os estudantes, matando vários deles. Filho de dois oficiais da Polícia Militar de Goiás, o adolescente saiu de casa já com o intuito de cometer um massacre e, para isso, levou para a escola a potente pistola automática .40 que a mãe usa em serviço.

Isolado e mal cheiroso

Pub

Aliás, o suposto mau cheiro parece ter estado na origem da loucura cometida pelo rapaz. No dia anterior, quinta-feira, um dos colegas disse que no dia seguinte ia trazer-lhe um desodorizante, o que realmente fez e pode ter despoletado a tragédia.

Irritado, o agressor empunhou a pistola .40 que tinha levado na mochila e começou a disparar contra os colegas dentro da sala de aula da turma do 8. ano lectivo, onde todos estudavam. A tragédia só não foi maior porque a intervenção da coordenadora e de outros funcionários, que chegaram a ter a arma apontada para as suas cabeças, permitiu aos alunos ainda não atingidos fugirem em pânico.

Além do alegado mau odor que exalava, o agressor também despertava o receio e a rejeição de colegas por algumas inclinações que demonstrava, nomeadamente a violência, e o presumível apreço por temas obscuros. Diversos alunos relataram já terem sido ameaçados pelo rapaz, e que, durante uma aula de literatura, ele levou para a escola um livro sobre satanismo.

Pub

Quatro hospitalizados

Enquanto isso, em dois cemitérios da cidade, as duas vítimas fatais, João Pedro Calembo e João Víctor Gomes, ambos de 14 anos, estavam a ser veladas por familiares, amigos e colegas de escola. Em frente à unidade de ensino onde tudo aconteceu, o Colégio Goyases, uma escola particular frequentada por cestudantes de classe média, continuavam as manifestações de pesar pela tragédia, com familiares reunidos em vigília e a deposição de flores e de mensagens.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar