Antigo presidente brasileiro Fernando Cardoso para Bolsonaro: "Renuncie antes que seja renunciado"

"Poupe-nos de, além do coronavírus, termos um longo processo de impeachment", disse numa publicação no Twitter.

Fernando Henrique Cardoso Foto: Getty Images
Bolsonaro

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Uma das vozes que mais repercutiram esta sexta-feira entre as muitas que se levantaram para criticar o presidente Jair Bolsonaro após o ex-ministro Sérgio Moro o ter acusado de tentar obter informações privilegiadas de investigações judiciais que podem atingi-lo e aos filhos, o antigo presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso deu um conselho curioso e direto ao atual chefe de Estado. Que Bolsonaro renuncie ao cargo antes que, nas palavras de FHC, seja renunciado.

"É hora de falar. O presidente está a cavar a sua fossa. Que renuncie antes que seja renunciado. Poupe-nos de, além do coronavírus, termos um longo processo de impeachment. Que assuma logo o vice, para voltarmos ao foco, a saúde e o emprego. Menos instabilidade, mais ação pelo Brasil", escreveu Fernando Henrique Cardoso no seu twitter.

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Ao apresentar a sua demissão esta sexta-feira, Sérgio Moro acusou Bolsonaro de tentar insistentemente interferir na Polícia Federal e de ter demitido pela manhã o diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo, para colocar no lugar dele alguém que lhe passe informações confidenciais e o avise de eventuais perigos para ele e para os filhos. O senador Flávio Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro, filhos do presidente, são suspeitos em várias investigações, nomeadamente de crimes de corrupção, disparo de notícias falsas para denegrir adversários do pai, de comandarem ataques ao Congresso e ao Supremo Tribunal e de participação em actos a favor de uma intervenção militar para perpetuar o pai no cargo com poderes absolutos.

Após as acusações de Moro, Bolsonaro foi alvo de uma gigantesca chuva de críticas e de pedidos para renunciar, por ter praticado acções inadequadas a um chefe de Estado. Vários juristas, parlamentares e a própria OAB, Ordem dos Advogados do Brasil, anunciaram estarem a estudar avançar com pedidos de impeachment de Jair Bolsonaro.

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