Ataque a tiro a aldeia indígena deixa dois mortos e quatro feridos no Brasil
Um dos mortos era um líder indígena.
Um ataque a tiros a uma aldeia indígena do povo Guarany Kaiowá numa região de mata no município de Iguatemi, interior do estado brasileiro do Mato Grosso do Sul, terminou este domingo com duas pessoas mortas e outras quatro feridas. Um dos mortos era um líder indígena e o outro fazia parte do grupo de 20 atiradores que invadiu a aldeia, o que foi considerado estranho pois os Guarany Kaiová garantem não ter armas de fogo.
O ataque começou perto das quatro horas da madrugada local, sete horas da manhã em Lisboa, quando os habitantes da aldeia, a Terra Indígena (TI) Iguatemipeguá i, ainda dormiam. Os agressores, identificados como funcionários da quinta que perdeu a área da aldeia na justiça para o povo indígena, chegaram já a atirar, derrubaram e incendiaram os alojamentos dos indígenas e perpetraram o terror durante mais de uma hora.
A área onde a aldeia foi instalada foi considerada terra indígena pela justiça em 2013, mas os proprietários nunca aceitaram essa decisão. De acordo com os Guarany Kaiowá, os proprietários, cansados de esperar por uma decisão final da justiça, iniciaram uma série de ataques à aldeia na semana passada, tentando expulsar os indígenas, mas nenhum tão agressivo quanto o deste domingo.
A Polícia Federal enviou agentes para a região para tentar identificar e prender os agressores. Militares da Força Nacional e da Polícia Militar do Mato grosso do Sul protegem a aldeia, pelo menos teoricamente, mas só apareceram depois de os agressores terem fugido do local e desaparecido.
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