Ataque expõe radicalização de pai e filho

Sajid Akram, de 50 anos, e Naveed Akram, de 24, terão jurado fidelidade ao Estado Islâmico antes do atentado.

16 de dezembro de 2025 às 01:30
O momento heroico em que cidadão desarma atirador de tiroteio em Sydney
Feridos foram transportados ao hospital Foto: AP
Vigília em Bondi presta homenagem às vítimas do tiroteio.

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As autoridades australianas identificaram os dois responsáveis pelo massacre de domingo na praia de Bondi, em Sydney, durante as celebrações do Hanukkah, o festival judaico das luzes. Os atacantes eram pai e filho, com 50 e 24 anos. No veículo utilizado pela dupla foram encontradas bandeiras do Estado Islâmico e engenhos explosivos, reforçando a suspeita de motivação extremista.

O homem mais velho foi abatido pela polícia no local do ataque. Tinha chegado à Austrália em 1998 com um visto de estudante, embora as autoridades não tenham divulgado o país de origem. Tinha licença legal de porte de armas e era membro de um clube de tiro, o que lhe permitia possuir espingardas ou caçadeiras, mas não armas de fogo de disparo rápido. A polícia está agora a analisar as armas e os explosivos apreendidos.

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O filho, de 24 anos, nascido já na Austrália, foi atingido pelas forças de segurança e permanece hospitalizado em estado crítico. As autoridades confirmaram que o jovem tinha sido investigado durante seis meses, em 2019, por suspeitas de radicalização, mas o inquérito foi arquivado por falta de indícios suficientes que o identificassem como potencial terrorista.

O ataque teve como alvo um grupo de judeus que celebrava o Hanukkah na praia mais icónica do país. Quinze pessoas morreram, entre elas uma criança de 10 anos, um rabino e um sobrevivente do Holocausto. Vários feridos continuam internados, alguns em estado muito grave.

Entre os feridos está Ahmed Al Ahmed, comerciante de 43 anos, que enfrentou sozinho e desarmado um dos atacantes. O pai, Mohamed Fateh Al Ahmed, afirmou estar orgulhoso do filho, a quem chamou “um herói em toda a Austrália”.

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O primeiro-ministro australiano afirmou que os atacantes agiram sozinhos, motivados por extremismo islâmico, classificando o ataque como “um ato de terror e antissemitismo”. Anthony Albanese defendeu ainda leis mais rígidas para controlo de armas, sublinhando que a radicalização pode surgir ao longo do tempo e que as licenças não devem ser perpétuas. Em várias cidades australianas realizaram-se ontem vigílias em memória das vítimas daquele que é o tiroteio mais mortífero no país em 30 anos.

Mais de um milhão para ajudar herói

Pessoas de todo o Mundo já angariaram mais de um milhão de dólares (850 mil €) para ajudar Ahmed Al Ahmed, o homem que conseguiu desarmar um dos atacantes. De nacionalidade síria, pai de dois filhos e dono de uma frutaria, Ahmed sofreu ferimentos de bala no ombro e permanece hospitalizado. “Vou morrer, diz à minha família que salvei a vida de várias pessoas”, disse a um primo antes de atuar.

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