Austrália considera "farsa" estudo sobre carne processada

Ministro da agricultura diz que carne não pode ser comparada a tabaco.

27 de outubro de 2015 às 03:11
Austrália, estudo, Organização Mundial de Saúde, OMS, carne processada, Barnaby Joyce, doenças, cancro, saúde, economia, negócios e finanças Foto: Getty Images
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A Austrália, um dos maiores exportadores mundiais de carne, ridicularizou esta terça-feira um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) que diz que a carne processada é cancerígena, considerando uma "farsa" sugerir que pode ser tão letal como o tabaco.

"Não, não deve ser comparada aos cigarros e obviamente isso faz com que tudo isso seja uma farsa - comparar salsichas a cigarros", afirmou o ministro da Agricultura australiano, Barnaby Joyce à rádio nacional.

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O "mais importante" a fazer é garantir uma "dieta equilibrada", dado que é impossível para os humanos evitar todo o tipo de cancro causado por toxinas na vida moderna, assinalou.

Um estudo divulgado na segunda-feira pela Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (IARC, na sigla em inglês) adverte que a carne processada - como bacon, salsichas ou presunto - é cancerígena para os seres humanos e que a carne vermelha "provavelmente" também o é.

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Australianos no topo do consumo de carne

"Se pegarmos em tudo o que a Organização Mundial de Saúde afirma ser cancerígeno e tirarmos das necessidades diárias, somos capazes de voltar à caverna", sublinhou ainda o ministro australiano.

Os australianos estão entre os maiores consumidores de carne do mundo. Também têm a oitava maior taxa de incidência de cancro colo-rectal.

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O relatório da IARC refere que a ingestão diária de 50 gramas de carne processada - menos de duas fatias de bacon - aumenta em 18% a probabilidade de desenvolver cancro colo-rectal (também conhecido como cancro do intestino).

O documento foi elaborado por um grupo de trabalho composto por 22 especialistas de dez países, que foram convocados para o Programa de Monografias da IARC, organização com sede na cidade francesa de Lyon.

O grupo de trabalho considerou que existem "provas suficientes" de que a ingestão de carne processada está ligada ao cancro colo-rectal.

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