Bélgica convida jovens de 17 anos para um ano de serviço militar voluntário

Serviço será remunerado mensalmente com dois mil euros líquidos.

10 de novembro de 2025 às 13:28
Militares Foto: Pixabay
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A Bélgica começou a enviar 149.000 cartas aos jovens de 17 anos, convidando-os para cumprirem em 2026 um serviço militar voluntário de um ano, remunerado mensalmente com 2.000 euros líquidos, indicou esta segunda-feira a imprensa local.

O anúncio foi feito no sábado pelo ministro da Defesa belga, Theo Francken, do partido nacionalista flamengo N-VA, numa mensagem publicada na rede social X.

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"Foram enviadas 149.000 cartas. Incentiva-se todos os jovens de 17 anos do país a juntarem-se às forças armadas em geral e a participarem no serviço militar voluntário de um ano em particular", escreveu Francken.

O plano, apresentado em fevereiro deste ano, responde à "necessidade de recrutar novo pessoal para o Ministério da Defesa", sublinhou o ministro, explicando que "está a chegar muito equipamento novo" que requer trabalhadores.

Segundo as autoridades belgas, o plano surge num contexto em que o país se comprometeu a aumentar a despesa em defesa até 2% do PIB, em linha com o objetivo definido pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

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O serviço voluntário terá início em setembro de 2026 e prevê uma formação militar destinada a 500 homens e mulheres entre os 18 e os 25 anos, com um salário de 2.000 euros líquidos mensais.

Está previsto que o número de vagas aumente para 1.000 em 2027 e que continue a crescer progressivamente até um máximo de 7.000.

Os jovens recrutas desempenharão funções de vigilância nas forças navais, aéreas e terrestres.

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Além do serviço voluntário anual, o ministério organizará sessões de informação ao longo do ano em todas as províncias do país.

Na sequência do envio das cartas, várias associações e movimentos juvenis anunciaram que vão mobilizar-se contra o serviço militar voluntário, através da criação da plataforma "Serviço pela Paz", avançou a agência Belga.

As estruturas juvenis de vários sindicatos receiam que a remuneração oferecida pelo Ministério da Defesa belga "possa tirar partido da situação precária dos jovens e tornar socialmente aceitável uma retórica militarista para uma geração que procura estabilidade socioeconómica".

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O objetivo é expressar preocupação com a "normalização progressiva" da militarização entre os jovens e denunciar a "exploração" de uma geração "já fragilizada pela precariedade, pela desigualdade e pela emergência climática".

Com esta medida, a Bélgica volta a oferecer um serviço militar público à população, três décadas depois da suspensão do modelo obrigatório em 1993, embora desta vez a participação seja voluntária.

O país reativa assim uma medida já existente em 16 Estados europeus (10 da União Europeia), destacando-se a recente decisão da Alemanha, que iniciará um recrutamento obrigatório por sorteio a partir de 2026.

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