Bolívia em greve geral contra nova candidatura presidencial de Evo Morales
Greve foi convocada por partidos de oposição e várias entidades da sociedade civil daquele país sul-americano.
A Bolívia enfrenta esta quinta-feira uma greve geral nacional contra a intenção do atual presidente, Evo Morales, de se candidatar a um novo mandato presidencial, o quarto consecutivo. A greve geral foi convocada por partidos de oposição e várias entidades da sociedade civil daquele país sul-americano.
Morales, que está na presidência da Bolívia desde 2006, pretende disputar um novo mandato em 2019, contrariando a vontade expressa dois anos atrás pela população. Em 2016, a maioria dos bolivianos votou num referendo ser contra um novo mandato de Morales, o que ele prometeu respeitar mas agora decidiu ignorar.
A constituição da Bolívia impedia a reeleição consecutiva de um presidente mais de uma vez, mas Morales, com maioria no parlamento, conseguiu flexibilizar a lei e já vai no terceiro mandato. Com forte influência também no Tribunal Superior Eleitoral, a instância máxima da justiça eleitoral na Bolívia, ele conseguiu que os juízes o considerassem apto a disputar uma nova reeleição, o que provocou revolta no país.
A decisão do TSE deveria ser anunciada apenas no próximo sábado, por isso a oposição marcou a greve geral para esta quinta-feira, para pressionar o tribunal. Mas os juízes eleitorais, aliados de Morales, anteciparam o anúncio da legitimidade da candidatura para esta quarta-feira.
Por isso, os opositores vão tentar aproveitar a paralisação para recolherem assinaturas de cidadãos contra a nova candidatura de Morales, para pressionarem o TSE a mudar o seu posicionamento. Para os contrários a um novo mandato do presidente, a Bolívia está a correr o risco de se tornar uma nova Venezuela, onde o presidente Nicolás Maduro se está a eternizar no poder e tem mudado as leis em favor dos seus propósitos absolutistas.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt