Bolsonaro diz a Macron que o Brasil vai permanecer no acordo de Paris
Presidente brasileiro pediu a Macron que apoie a assinatura do acordo entre a Europa e o Mercosul.
Num encontro reservado que durou 20 minutos entre o presidente brasileiro e Emmanuel Macron, em Osaka, no Japão, Bolsonaro "sinalizou" ao presidente da França que o Brasil não vai abandonar o acordo de Paris sobre o clima. O encontro dos dois presidentes foi uma das muitas reuniões bi-laterais que eles e os outros governantes têm mantido paralelamente à cimeira do G20, que decorre naquela cidade japonesa.
Horas antes do início oficial do evento que reúne os chefes de Estado e de Governo dos 20 países mais industrializados do mundo, Macron tinha avançado que, se o Brasil abandonasse o acordo mundial que tenta impedir o aumento da temperatura no planeta, assinado em Paris em 2015 pela esmagadora maioria das nações, a França não assinaria o acordo de livre comércio que há 20 anos está a ser negociado entre a União Europeia e o Mercosul, mercado comum da América do Sul.
Durante a campanha presidencial, em 2018, Jair Bolsonaro chegou a avançar que iria retirar o Brasil desse acordo porque alegou que esse mesmo acordo impedia o país de crescer e de expandir a sua indústria e a sua agricultura.
No encontro realizado agora com Macron, porém, Bolsonaro, apesar de, ao que se sabe, não ter firmado um compromisso formal e definitivo sobre o tema, indicou ao presidente francês que não vai concretizar a ameaça de deixar o acordo, promessa de campanha que ao assumir a presidência já tinha deixado de ser uma das suas prioridades por pressão de ministros e assessores.
Em troca, o presidente brasileiro pediu a Macron que apoie a assinatura do acordo entre a Europa e o Mercosul, que após duas décadas de impasse e marcha lenta parece ter finalmente atingido um estágio avançado e poder ser assinado a qualquer momento, na avaliação da comitiva brasileira no G20.
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