Bolsonaro insiste no fim do isolamento em dia que o Brasil ultrapassa as 2100 mortes por coronavírus

Presidente brasileiro considera necessário abrir o comércio.

Jair Bolsonaro Foto: Getty Images
Jair Bolsonaro Foto: Reuters

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O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, voltou a defender esta sexta-feira o fim das medidas de isolamento contra o avanço do coronavírus adotadas por estados e municípios contra vontade dele, mas reconheceu, pela primeira vez, que a defesa do fim das quarentenas é um risco muito alto que ele corre e que, se a pandemia se agravar, vai ser responsabilizado por isso. Ele fez as declarações ao dar posse ao novo ministro da Saúde, o médico Nelson Teich, nomeado após Bolsonaro demitir o anterior titular da pasta, Luis Henrique Mandetta, que defendia o isolamento social como forma de diminuir o ritmo de propagação do coronavírus no Brasil, que até esta sexta-feira matou mais de 1950 brasileiros e infecto mais de 30 mil.

"Essa briga de começar a abrir o comércio é um risco que eu corro. Porque, se agravar (a pandemia de coronavírus) vem pro meu colo. Agora, o que eu acredito é que muita gente já está a ter a consciência de que é preciso abrir."-Disse Bolsonaro, mostrando que o facto de ter trocado de ministro não diminuiu em nada a sua firme oposição às medidas restritivas contra o coronavírus, que ele considera terem sido adotadas por governadores e autarcas com fins eleitorais, para prejudicarem o seu governo.

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Criticou asperamente mais uma vez, como faz em todos os discursos e entrevistas, mas sem citar nomes, os governantes regionais que decretaram quarentena e a ameaça de alguns em prenderem quem violar as regras. E criticou igualmente o Supremo Tribunal, que quarta-feira derrubou um decreto presidencial que dava a Bolsonaro o exclusivo de poder decretar isolamento e reconheceu essa prerrogativa aos governadores de estado e aos autarcas.

"Pena que eu não posso intervir em muita coisa, porque o Supremo decidiu que as medidas restritivas que têm de ser respeitadas são aquelas de autarcas e governadores. Vamos seguir o destino, vamos respeitar a visão do Supremo. Mas repito, essas prisões, mais do que ilegais, atingem a alma do cidadão brasileiro. Não vou pregar a desobediência civil, mas não podemos admitir isso."-Afirmou Jair Bolsonaro, inconformado com as repetidas derrotas que tem sofrido no Supremo Tribunal Federal após decretos considerados abusivos pelos magistrados.

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