Bolsonaro passa por novo procedimento no centro cirúrgico dois dias após remoção de hérnias

Dois dias após ter sido submetido a uma cirurgia de quatro horas para remoção de duas hérnias inguinais que lhe provocavam dores, o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro voltou na tarde deste sábado ao Centro Cirúrgico do Hospital DF Star, em Brasília, para um novo procedimento. A informação foi avançada nas redes sociais pela mulher de Bolsonaro, Michelle Bolsonaro, perto das 15 e 20 locais, 18 e 20 em Lisboa.

Segundo Michelle, os médicos vão tentar desativar o nervo frénico, responsável pelo controle do diafragma, e cujo mau funcionamento provoca há meses violentas crises de soluços no antigo presidente, de 70 anos, que começou há um mês a cumprir pena de mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado mas foi autorizado pela justiça a sair da cela para ser hospitalizado e operado. O novo procedimento será com anestesia local, e os médicos vão injectar medicamentos e um potente anestésico em redor do nervo, para o desativar definitivamente.

As crises de soluços de Jair Bolsonaro já ocorrem há anos mas agravaram-se muito desde a longa e delicada cirurgia a que ele foi submetido pelos mesmos médicos de hoje em Abril, que durou 12 horas e reconstruiu o trato digestivo. Essas crises são tão violentas que chegam a paralisar-lhe a respiração e fazem-no vomitar mais de 10 vezes por dia.

Quinta-feira, após a cirurgia de remoção das hérnias, os médicos avançaram que iriam analisar a evolução do quadro de Jair Bolsonaro para decidirem se valeria a pena realizar o procedimento de desativação do nervo. Mas a decisão foi tomada antes do previsto depois de o antigo presidente ter tido uma nova crise, bastante forte, na madrugada deste sábado, mesmo tendo sido medicado contra a ocorrência de soluços.

Desde que foi atingido por uma profunda facada no abdomen em 6 de Setembro de 2018 durante um acto de rua da campanha às presidenciais desse ano, Bolsonaro tem a saúde cada vez mais debilitada. A cirurgia de Dia de Natal foi a oitava de grande porte a que teve de submeter-se desde o atentado, além de ter passado ainda por diversos outros procedimentos menos invasivos, todos sem resultado ou com resultados meramente temporários, pois as hérnias, os soluços e os bloqueios intestinais acabam por voltar tempos depois.