Bolsonaro perde com o Supremo e é obrigado a divulgar dados relativos à pandemia de coronavírus
Juiz fala em dever de informar.
O presidente brasileiro sofreu uma nova derrota no Supremo Tribunal Federal, que o obrigou a voltar atrás na forma de divulgar os dados relativos à pandemia de coronavírus no país. Mudanças feitas pelo Ministério da Saúde impediam o acesso aos dados reais e provocaram uma vaga de protestos no Brasil, bem como de entidades internacionais.
Numa aparente tentativa de esconder a gravidade da situação e dar razão a Jair Bolsonaro - que sempre menosprezou a pandemia e agora diz que ela já passou, o que é negado pela Organização Mundial de Saúde -, o órgão governamental deixou de informar o total acumulado de infetados e de mortes e passou a divulgar apenas os casos das últimas 24 horas, e com números conflituantes. No domingo, após divulgar um novo recorde de vítimas fatais, o governo voltou atrás e, num segundo boletim, desapareceram 857 mortos que tinham sido antes confirmados.
O juiz Alexandre de Moraes, relator de três ações apresentadas ao Supremo Tribunal Federal por partidos políticos, determinou que o Ministério da Saúde, liderado desde 15 de maio interinamente por um general, Eduardo Pazuello, voltasse a divulgar os dados no formato anterior. "A Constituição consagra o princípio da publicidade como vetor imprescindível à administração pública com absoluta prioridade na gestão administrativa e no pleno acesso das informações a toda a sociedade", explicou o juiz.
O governo acatou a decisão e garantiu que voltará ao padrão anterior.
Mesmo assim, televisões e jornais brasileiros formaram um consórcio para criar e atualizar diariamente um portal próprio de dados sobre a Covid-19.
PORMENORES
Sinais em agosto
Um estudo da Harvard Medical School sugere que a Covid-19 pode ter começado na China em agosto. A conclusão baseia-se em imagens de satélite do tráfego no estacionamento dos hospitais de Wuhan e nos sintomas associados à doença.
Angola gasta 64,3 Milhões de euros
O Governo angolano gastou 43 mil milhões de kwanzas (64,3 milhões de euros) no combate ao novo coronavírus, que já infetou 92 angolanos, segundo o Relatório das Atividades Realizadas para o Controlo da Pandemia.
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