Brasília reforça segurança para julgamento de Bolsonaro

Julgamento do antigo presidente brasileiro começa esta terça-feira.

02 de setembro de 2025 às 10:55
Jair Bolsonaro Foto: Eraldo Peres/AP
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Poucas horas antes do início do julgamento do ex-presidente, Jair Bolsonaro, por tentativa de golpe de Estado, a capital brasileira Brasília, amanheceu, esta terça-feira, com um grande reforço na segurança, devido ao receio da ocorrência de protestos e, principalmente, algum ato mais violento de radicais de extrema-direita. Bolsonaro e outros sete arguidos são acusados de cinco crimes e, no caso do antigo governante, considerado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) mentor e líder da tentativa de rutura institucional, as penas somadas podem chegar a 43 anos de cadeia.O Supremo Tribunal Federal (STF), onde o julgamento decorre de hoje até dia 12, quando deve ser conhecida a sentença, amanheceu cercado por um grande efectivo de agentes de elite da Polícia Militar, responsável pela segurança pública, apoiados por viaturas de todo o tipo e por cães pisteiros, que farejam o tempo inteiro a eventual presença de explosivos. A Praça dos Três Poderes, onde o tribunal está localizado, está vedada ao trânsito desde o amanhecer de segunda, e nem pessoas a pé são autorizadas a entrar, a não ser que tenham credenciamento para isso.

O Supremo Tribunal Federal (STF), onde o julgamento decorre até dia 12, quando deve ser conhecida a sentença, amanheceu cercado por um grande efetivo de agentes de elite da Polícia Militar, responsável pela segurança pública, apoiada por viaturas de todo o tipo e por cães pisteiros, que farejam a eventual presença de explosivos. A Praça dos Três Poderes, onde o tribunal está localizado, está vedada ao trânsito desde o amanhecer de segunda-feira, e nem pessoas a pé são autorizadas a entrar, a não ser que tenham credenciais para o fazer.

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Drones da polícia, os únicos meios aéreos autorizados a sobrevoar a área, vigiam do alto, tanto o centro de poder de Brasília, quanto as regiões em redor, tudo monitorizado por uma espécie de gabinete de crise envolvendo diversas polícias, montado na sede da Secretaria de Segurança Pública da capital brasileira. As grades que normalmente já protegem o STF foram reforçadas por novas barreiras, que agora protegem também o Palácio do Planalto, sede da presidência da República, do outro lado da praça, e há barreiras policiais por toda uma vasta área, com revista pessoal e detetores de metais.

Dentro do tribunal, a segurança também foi reforçada, e muito, para além do que já é habitual após a ocorrência de atos extremos, como a invasão em 8 de Janeiro de 2023 e um ataque bombista suicida em 2024. Todo o efetivo da Polícia Judicial foi convocado, e reforçado com agentes judiciários de outros tribunais de Brasília, além de terem sido convocados dezenas de agentes de outros estados, que vão ficar dentro do edifício 24 horas por dia, com dormitórios improvisados em salas, até final do julgamento.

  Duas horas antes do início da primeira sessão, marcada para as 13 horas de Lisboa, a polícia realizará uma nova varredura à procura de bombas, e ações semelhantes vão repetir-se a partir de hoje todos os dias, inclusive nas residências dos juízes que vão participar no julgamento. Além do aparato visível, forças policiais de resposta rápida estão de sobreaviso, prontas para agir em qualquer eventualidade.

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Jair Bolsonaro, que está desde 4 de Agosto em prisão domiciliária mas queria muito ir pessoalmente ao STF para marcar posição política, decidiu na noite desta segunda-feira não comparecer, segundo avançou um dos filhos, senador Flávio Bolsonaro. Ele terá sido convencido pela família e pelos médicos a não se expor e a não prejudicar ainda mais a sua saúde, já bastante fragilizada após sete cirurgias decorrentes do atentado que sofreu em 2018, ainda durante a campanha eleitoral que o levou à presidência.

Uma legião de jornalistas, 501 ao todo, entre os quais 66 estrangeiros, credenciou-se para acompanhar presencialmente o julgamento, mas só 80 de cada vez poderão ficar na sala das sessões, restando aos outros acompanhar por ecrãs em outros ambientes. Além dos profissionais da imprensa, 3357 outras pessoas, entre políticos, advogados e simples curiosos, pediram credenciais para assistir às sessões, mas só 1200 foram autorizados por falta de espaço físico, e terão de se dividir em grupos de 150 por cada sessão, capacidade máxima do espaço que lhes foi destinado.

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