Cabo Verde realoja 50 famílias após tempestade mortal
Tempestade Erin destruiu parcialmente São Vicente e matou nove pessoas.
O Governo cabo-verdiano anunciou esta terça-feira novas operações de realojamento, chegando a 50 o número de famílias beneficiárias, depois da tempestade Erin, que há 43 dias destruiu parcialmente São Vicente e matou nove pessoas.
"Mais 14 famílias afetadas pela tempestade tropical Erin vão ser realojadas" a partir de esta terça-feira e, "com este novo grupo, sobe para 50" o número total de famílias a receber casa no âmbito da resposta articulada entre o Governo de Cabo Verde e parceiros.
As primeiras 36 famílias foram realojadas em 02 de setembro.
As novas habitações, no Aldeamento Rozar, em Ribeira de Julião, são apartamentos do tipo T2 mobilados e com todas as comodidades básicas.
Ao mesmo tempo, outros apoios têm sido anunciados.
O ministro da Cultura e das Indústrias Criativas reuniu-se, na segunda-feira, com a Pró-Empresa -- instituto público de promoção empresarial -- para apoiar artesãos, grupos de carnaval, escolas de música e fabricantes de instrumentos "que tiveram perdas".
A cultura e o Carnaval estão entre os principais motores da economia da ilha, centrada no turismo.
"A Pró-Empresa já indemnizou um bom número dos artesães e empresas formalizadas da área", informou o ministro.
Augusto Veiga reuniu-se ainda com dois especialistas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), que estiveram no terreno para avaliação de danos, para discutir os próximos passos.
Diversos parceiros têm também anunciado ajudas.
A Câmara do Porto anunciou um apoio monetário, encaminhado pela Cruz Vermelha Internacional, no valor de 100 mil euros, a par da oferta de um carro de recolha de lixo.
O Banco Mundial anunciou uma doação de cerca de 27 mil euros às Aldeias Infantis SOS Cabo Verde "para apoiar a campanha de reconstrução de São Vicente".
O Governo de Cabo Verde apresentou, na sexta-feira, um plano de intervenções que inclui trabalhos de emergência e de recuperação de infraestruturas orçados em 3,8 mil milhões de escudos (34 milhões de euros).
As cheias de 11 de agosto atingiram bairros, destruíram estradas, pontes e estabelecimentos comerciais, afetaram o abastecimento de energia e provocaram nove mortos, na ilha de São Vicente, havendo ainda duas pessoas desaparecidas.
Nas ilhas de Santo Antão e São Nicolau, a tempestade também provocou inundações, derrocadas e destruição de infraestruturas.
O Governo cabo-verdiano declarou situação de calamidade por seis meses em São Vicente, Porto Novo (Santo Antão) e nos dois concelhos de São Nicolau, aprovando apoios às famílias e às atividades económicas, através de linhas de crédito bonificado e verbas a fundo perdido, financiadas pelo Fundo Nacional de Emergência e pelo Fundo Soberano de Emergência.
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