Calor extremo ameaça mil milhões de pessoas em todo o mundo

Relatório alerta para combinação fatal de calor e humidade se a temperatura mundial aumentar 2° graus Celsius.

10 de novembro de 2021 às 09:08
cientistas, clima, aumento temperatura Foto: Yves Herman / Reuters
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Uma subida de 2 graus Celsius na temperatura mundial até ao final do século deixará mil milhões de pessoas em todo o Globo à mercê de uma “combinação fatal de calor e humidade” potencialmente perigosa para a vida, alerta um estudo do Gabinete Meteorológico Britânico apresentado esta terça-feira na Cimeira do Clima de Glasgow.

“O número de pessoas em regiões do Mundo afetadas pelo stress por calor extremo, uma combinação potencialmente fatal de calor e humidade, poderá aumentar quase 15 vezes [em relação aos números atuais - 68 milhões de pessoas] se a temperatura mundial alcançar os 2 graus Celsius”, revela o estudo, que traça ainda um cenário mais negro se a temperatura mundial subisse até 4 graus Celsius relativamente aos níveis prévios à Revolução Industrial: nesse caso, “quase metade da população mundial” ficaria exposta ao calor extremo e aos fenómenos a ele associados - secas, cheias, aumento dos níveis do mar, ondas de calor e tempestades devastadoras.

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Recorde-se que o Acordo do Clima de Paris, de 2015, visa limitar a subida da temperatura global a valores entre os 1,5 graus Celsius - considerado o mais seguro - e os 2 graus Celsius até ao final do corrente século. Para isso, os países precisam de reduzir drasticamente as emissões de gases poluentes que provocam o aquecimento global, principalmente os gerados pela queima de combustíveis fósseis como o carvão. O grande objetivo é garantir ‘emissões zero’ até 2050 mas, para isso, é imperativo que sejam tomadas medidas já até ao final da corrente década - os chamados compromissos a curto prazo -, o que não está a acontecer. Um relatório divulgado esta terça-feira indica que, mesmo com os compromissos já alcançados em Glasgow, as temperaturas irão subir 2,4° graus Celsius até ao final do século, levando os cientistas a alertar que de nada serve ter planos ambiciosos de redução de emissões até meio da década se nada for feito já até 2030.

UE promete 100 milhões

A União Europeia anunciou esta terça-feira em Glasgow que irá contribuir com 100 milhões de euros para o fundo de adaptação da ONU, que visa ajudar os países menos desenvolvidos e mais vulneráveis ao impacto das alterações climáticas.

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Menos emissões na saúde

Mais de 50 países comprometeram-se esta terça-feira a reduzir as emissões poluentes dos seus sistemas de saúde. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Ghebreyesus, salientou que a crise climática “está diretamente ligada à saúde mundial”.

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