Conselheiro financeiro do papa Francisco acusado de pedofilia

George Pell é o mais alto membro do Vaticano a ser formalmente indiciado por crimes relacionados com abuso sexual de menores.

29 de junho de 2017 às 03:31
George Pell Foto: Getty Images
George Pell Foto: Getty Images
George Pell Foto: Getty Images
George Pell Foto: Getty Images
George Pell Foto: Getty Images
George Pell Foto: Getty Images

1/6

Partilhar

O cardeal George Pell, que dirige a Secretaria da Economia do Vaticano, foi acusado esta quinta-feira de crimes de abuso sexual de menores na Austrália e intimado a comparecer em tribunal dentro de dias, anunciou a polícia.

George Pell, o principal conselheiro financeiro do papa Francisco e o mais alto representante da Igreja católica na Austrália, é o mais alto membro do Vaticano a ser formalmente indiciado por crimes relacionados com abuso sexual de menores.

Pub

O cardeal - que foi interrogado, em Roma, pela polícia australiana devido às acusações de pedofilia, as quais tem repetidamente negado - foi intimado a comparecer no tribunal de primeira instância de Melbourne, a 18 de julho.

O comissário-adjunto da polícia do estado de Victoria, Shane Patton, afirmou que Pell enfrenta múltiplas acusações relativas a crimes sexuais e que existem muitas denúncias relacionadas, mas não facultou pormenores sobre as alegações.

"É importante sublinhar que nenhuma das alegações contra o cardeal Pell foi ainda comprovada em tribunal", realçou o comissário-adjunto da polícia aos jornalistas.

Pub

"O cardeal Pell, como qualquer outro réu, tem direito ao devido processo".

Este caso é um novo e duro golpe para o papa Francisco, cuja promessa de "tolerância zero" aos abusos sexuais cometidos por membros da Igreja católica tem prejudicado a sua credibilidade.

As acusações contra o cardeal Pell surgiram no final de uma longa investigação sobre a resposta de instituições na Austrália a abusos sexuais contra menores, exigida em 2012 pelo Governo de Camberra que estabeleceu uma comissão para o efeito.

Pub

O cardeal, de 76 anos, foi ouvido por três vezes no âmbito da investigação e reconheceu, no ano passado, diante da comissão de inquérito, que a Igreja cometeu "enormes erros" ao permitir que milhares de crianças fossem molestadas e violadas por padres. Pell admitiu ter falhado ao acreditar frequentemente nos padres em detrimento das vítimas que alegaram abusos.

Mais recentemente, o cardeal tornou-se no foco da investigação, tendo sido interrogado sobre acusações relativas a supostos abusos sexuais cometidos entre 1976 e 2001.

Pell foi ordenado em 1966 em Roma, regressando, cinco anos depois, à Austrália, onde ascendeu ao topo da hierarquia católica.

Pub

Foi sacerdote na cidade de Ballarat (1976-80), a sua terra natal, e arcebispo de Melbourne (1996-2001), ambas no estado de Victoria, no sul da Austrália.

Posteriormente, tornou-see arcebispo de Sydney e, em 2014, foi escolhido pelo papa Francisco para desempenhar a função de "ministro" da Economia do Vaticano para reorganizar a gestão e as finanças do Vaticano.

Vaticano autoriza licença de cardeal Pell para defesa

Pub

George Pell adiantou aos jornalistas que vai comparecer e negou as acusações que classificou de "assassinato de caráter".

Greg Burke, porta-voz do Vaticano disse que o papa Francisco autorizou a licença pedida pelo cardeal australiano, mas que George Pell mantém o cargo de máximo responsável pelas Finanças da igreja católica.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar