Cardeal de São Paulo é atacado no altar

Homem foi atirado ao chão e agredido por uma mulher.

Cardeal Arcebispo de São, Dom Odilo Pedro Scherer, Páscoa, Catedral da Sé, Papa Francisco, CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil Foto: Paulo Whitaker/Reuters
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O Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, foi atacado no altar em plena missa do início das celebrações da Páscoa, na Catedral da Sé, no centro da capital paulista. Foi atirado ao chão e agredido por uma mulher à frente de milhares de pessoas e ficou com escoriações no rosto antes dos seguranças e outros religiosos terem conseguido dominar a agressora.

A mulher, cuja identificação não foi passada à imprensa, já tinha chamado a atenção durante a cerimónia de benção dos óleos que vão ser usados ao longo de 2016 e durante a renovação de votos de 400 padres que estavam nas primeiras filas da Catedral. Para espanto da multidão que assistia à primeira missa da Páscoa, a mulher interrompeu a celebração várias vezes gritando o nome de Dom Odilo, um dos cardeais mais próximos a Papa Francisco, e a certa altura proferiu uma frase de cunho político, referindo-se ao cardeal e à CNBB, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

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"Comunista, comunista. Você e a CNBB são comunistas infiltrados. Vocês não podem fazer isso com a minha Igreja!"- Vociferou a mulher, que tentou invadir por várias vezes o altar, mas os seguranças conseguiram contê-la até ao momento em que os fiéis se levantaram para o início da Comunhão.

Dom Odilo pediu que deixassem a mulher aproximar-se e deu também alguns passos na direcção dela, abençoou-a e ambos conversaram por alguns instantes. Quando parecia que tudo estava serenado e o cardeal lhe deu as costas e voltou a subir ao altar para abençoar os outros fiéis, a mulher pulou em cima dele.

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A agressora agarrou o cardeal pelas costas, arrancou-lhe a Mitra, derrubou-o ao solo e agrediu-o no rosto antes de ser dominada por seguranças e outros padres. Os circunstantes tiveram dificuldade para separar o cardeal da agressora, que segurava firmemente os óculos de Dom Odilo na aparente intenção de os partir.

A Arquidiocese de São Paulo tratou o caso com muita discrição, alegou em comunicado que o acto da mulher foi motivado por evidente desequilíbrio psíquico, mas nem toda a gente pensa o mesmo. O cunho político dos ataques verbais a Dom Odilo e a subsequente agressão física ao cardeal dispararam o alarme na cúpula da Igreja Católica brasileira, ainda mais numa semana em que alguns padres e bispos se pronunciaram contra o processo de destituição da presidente Dilma Rousseff que tramita no Congresso.

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