Puigdemont sai em liberdade, mas fica proibido de sair da Bélgica

Primeira audiência de governantes catalães em Bruxelas prevista para 17 de novembro.

05 de novembro de 2017 às 10:12
Puigdemont, presidente deposto da Catalunha Foto: Reuters
Carles Puigdemont Foto: Reuters
Puigdemont exige "libertação" dos ex-membros do seu governo Foto: CMTV
Carlos Puigdemont foge para Bruxelas Foto: CMTV

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O presidente destituído da Catalunha, Carles Puigdemont, e quatro dos seus ex-conselheiros regionais, foram este domingo ouvidos por um juiz na Bélgica, depois de se terem entregue à polícia devido ao mandado de captura internacional de que são alvo. O magistrado belga decidiu que os três vão ficar em liberdade enquanto aguardam a decisão sobre o pedido de extradição, mas estão proibidos de sair da Bélgica.

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Este domingo, os cinco catalães ficaram sob custódia da justiça belga, para se dar início ao processo de extradição para Espanha, anunciou a procuradoria deste país.

"Eles foram privados de liberdade às 09h17" de domingo (08h17 em Lisboa), segundo o porta-voz do Ministério Público de Bruxelas, Guilles de Dejemeppe.

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O antigo governante catalão e os ex-ministros vão ser presentes hoje à tarde perante um juiz de instrução, que terá 24 horas para tomar uma decisão.

O Ministério Público belga tinha ordenado há algumas horas a detenção de Puigdemont e dos seus ex-conselheiros regionais, no âmbito do mandado europeu de captura.

Os ex-membros do governo regional e seis deputados do parlamento catalão, incluindo a presidente, Carme Forcadell, são acusados dos delitos de rebelião, sedição e desvio de fundos, arriscando-se a penas que poderão ir até 30 anos de prisão.

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Puigdemont entrega-se às autoridades belgas

O presidente destituído da Catalunha, Carles Puigdemont, entregou-se no domingo à polícia belga numa delegação do Ministério Público de Bruxelas, estando acompanhado por quatro dos seus ex-conselheiros.

No dia 02, o Ministério Público espanhol tinha pedido à Audiência Nacional para emitir um mandado europeu de detenção contra Carles Puigdemont, que se encontra na Bélgica desde o início da semana passada.

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Oito ex-conselheiros, incluindo o antigo vice-presidente da Generalitat, Oriol Junqueras, ficaram em prisão preventiva, após terem comparecido perante a Audiência Nacional no dia 02.

O Supremo Tribunal espanhol decidiu colocar seis deputados regionais, entre eles a presidente do parlamento da Catalunha, Carme Forcadell, em vigilância policial até à próxima quinta-feira, dia 09, quando voltarem a ser ouvidos pelo tribunal.

O parlamento regional da Catalunha aprovou no dia 27 de outubro a independência da região, numa votação sem a presença da oposição, que abandonou a assembleia regional e deixou bandeiras espanholas nos lugares que ocupava.

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No mesmo dia, o executivo de Mariano Rajoy, do Partido Popular (direita), apoiado pelo maior partido da oposição, os socialistas do PSOE, e pelo Cidadãos (centro), anunciou a dissolução do parlamento regional, a realização de eleições em 21 de dezembro próximo e a destituição de todo o governo catalão, entre outras medidas, no âmbito da aplicação do artigo 155.º da Constituição, inédita na história da democracia espanhola.

Governo espanhol manifesta "máximo respeito" por decisão de juiz belga

O Governo espanhol manifestou hoje o seu "máximo respeito" pela decisão de um juiz belga de deixar em liberdade condicional o presidente do governo da Catalunha exonerado, Carles Puigdemont, e outros quatro ministros regionais.

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"Por parte do Governo [espanhol], e dado que estamos a falar de um sistema democrático como o espanhol, máximo respeito pelas decisões dos juízes em Espanha, na Bélgica e em todos os Estados que respeitam a separação de poderes e a independência judicial", disse esta manhã a vice-presidente do executivo de Madrid, Soraya Sáenz de Santamaría.

A responsável governamental afirmou desconhecer os prazos do processo de extradição da Bélgica e recordou que Puigdemont já não é presidente, mas sim "ex-presidente" do Governo regional catalão.

Puigdemont diz que Espanha está longe de práticas democráticas

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O presidente destituído da região autónoma espanhola da Catalunha, Carles Puigdemont, disse que os ex-membros da Generalitat estão presos em Espanha "longe das práticas democráticas".

Puidgemont foi ouvido no domingo por um juiz belga e colocado em liberdade sob a condição de não abandonar a cidade de Bruxelas onde se encontra.

"Libertado e sem caução", escreveu hoje Carles Puigdemont numa mensagem em catalão difundida através da rede social Twitter.

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Trata-se da primeira declaração do ex-presidente da Generalitat e autoproclamado chefe de Estado da República da Catalunha após ter sido notificado na Bélgica a pedido de Madrid.

"Os nossos pensamentos vão para os nossos colegas injustamente presos por um Estado que está longe da prática democrática", acrescenta o mesmo texto em referência aos restantes elementos da Generalitat destituídas após a aplicação do artigo 155 da Constituição espanhola.

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En llibertat i sense fiança. El nostre pensament és per als companys injustament empresonats per un Estat allunyat d la pràctica democràtica

A primeira audiência na Justiça belga para analisar a ordem de detenção europeia contra o presidente deposto do governo regional da Catalunha, Carles Puigdemont, e quatro seus ex-conselheiros está prevista para 17 de novembro, indicaram fontes judiciárias à AFP.

De acordo com as mesmas fontes, a audiência realizar-se-á no dia 17 a partir das 14h00 locais (13h00), no tribunal de primeira instância flamengo de Bruxelas, dentro do prazo legalmente previsto para o efeito, já que teria de ter lugar no prazo máximo de 15 dias a partir da comparência de Puigdemont perante o juiz de instrução belga, o que sucedeu no domingo, 05 de novembro.

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Após serem ouvidos no domingo por um juiz de instrução, em Bruxelas, Puigdemont e os quatro "consellers" (ministros regionais catalães), que se encontram na capital belga desde 30 de outubro, foram libertados sob medidas cautelares, estando proibidos de abandonar território belga, obrigados a indicar uma residência fixa e com ordens para se apresentarem "pessoalmente" sempre que forem convocados pelo tribunal ou pela polícia.

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