Censo surpreende e revela que Brasil tem menos 10 milhões de habitantes do que se pensava

Brasil tem atualmente uma população de 203,1 milhões de habitantes.

Favela no Rio de Janeiro Foto: Ricardo Moraes/Reuters
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O novo censo demográfico brasileiro, que começou a ser divulgado esta quarta-feira pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, surpreendeu ao revelar que o Brasil tem, pelo menos, 10 milhões de habitantes a menos do que se supunha. O censo foi realizado em 106,8 milhões de domicílios em todas as cidades brasileiras durante sete meses de 2022 e 2023 e os dados foram computados e analisados depois disso por mais dois.

De acordo com o IBGE, o Brasil tem atualmente uma população de 203,1 milhões de habitantes. Previsões do próprio IBGE avançadas com base nos dados preliminares, meses atrás, indicavam que a população brasileira era de aproximadamente 109 milhões, e demógrafos respeitados avançavam um número ainda maior, de 213 milhões de habitantes, 10 milhões a mais do que o censo constatou.

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Não se pode dizer que a diferença entre a estimativa e a realidade tenha sido um erro grosseiro desses demógrafos nem do próprio IBGE, muitas outras pessoas e entidades erraram por se basearem num ritmo de crescimento demográfico tradicionalmente acelerado mas que desacelerou nos anos em que o Brasil ficou sem senso. Quem for consultar esta quarta-feira o ranking dos países mais populosos do mundo elaborado por conceituados técnicos do Banco Mundial vai ver que a população atribuída ao Brasil pela entidade é de 215 milhões de pessoas.

Uma das explicações para a gigantesca diferença de dados é que o Brasil ficou 12 anos sem censo, porque em 2020, quando deveria ter sido feito o agora realizado, o presidente brasileiro de Então, Jair Bolsonaro, cancelou o estudo devido à pandemia, e, mesmo após a fase aguda da Covid-19 ter passado, ele não deu ao IBGE os recursos financeiros e humanos para a realização do levantamento, que várias vezes afirmou não servir para nada. Além do mais, e acompanhando o que ocorre em outros países do mundo, o Brasil nos últimos anos viu um crescente envelhecimento da sua população e um forte declínio no número de filhos de cada família, o que ajudou a distorcer as estimativas.

Mesmo assim, o Brasil, ainda de acordo com o ranking do Banco Mundial, continua a ser o sétimo país mais populoso do mundo, entre a Nigéria, que com os seus 223,8 milhões ocupa o sexto lugar, e o Bangladesh, que surge em oitavo, com 172 milhões. Entre as maiores cidades brasileiras, São Paulo, com 11,4 milhões de habitantes, manteve o primeiro lugar, e o Rio de Janeiro, com os seus 6,2 milhões, continua em segundo, mas Brasília, a capital do país, uma das cidades onde houve um forte crescimento da população, passou a ser a terceira maior cidade do Brasil, com 2,8 milhões de habitantes, tirando a terceira colocação de Salvador, que teve uma redução de moradores e agora surge em quinto lugar, com 2,41 milhões, tendo sido ultrapassada, além de por Brasília, também por Fortaleza, que aparece com 2,42 milhões de pessoas.

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