Chanceler alemão defende que acordo de paz para a Ucrânia só é possível com aval da UE

Chefe do governo alemão defendeu que a Europa "não é um peão, mas um ator soberano que defende os seus próprios interesses e valores".

26 de novembro de 2025 às 13:49
Friedrich Merz Foto: Filip Singer/Epa
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O chanceler alemão, Friedrich Merz, defendeu esta quarta-feira que qualquer acordo para pôr fim à guerra na Ucrânia só será possível com o consentimento de Kiev e da União Europeia.

"Queremos que esta guerra termine o mais rapidamente possível, mas um acordo negociado entre as grandes potências sem o consentimento da Ucrânia e sem o consentimento dos europeus não será a base para uma paz verdadeiramente sustentável na Ucrânia", afirmou Friedrich Merz em discurso no parlamento alemão.

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O chefe do governo alemão defendeu que a Europa "não é um peão, mas um ator soberano que defende os seus próprios interesses e valores", acrescentando que "os esforços dos Estados Unidos para resolver o conflito são bem-vindos, embora as decisões sobre assuntos europeus devam ser tomadas com a Europa".

Merz considerou ainda que, para que haja "negociações significativas", é necessário que o Presidente russo, Vladimir Putin, reconheça "a futilidade do seu belicismo".

"Não queremos a paz através da rendição, mas a coexistência pacífica entre os povos da Europa com base nos nossos valores democráticos e liberais", declarou o chanceler.

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A presidência russa (Kremlin) desvalorizou esta quarta-feira como inúteis os esforços dos europeus para participarem na resolução do conflito na Ucrânia, numa altura de grande atividade diplomática sobre o plano proposto pelos Estados Unidos.

"Os europeus procuram intrometer-se em todos estes assuntos, de uma forma que me parece ser completamente inútil", declarou o conselheiro diplomático do Kremlin, Yuri Ushakov, à televisão pública russa, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

No domingo, na cimeira do G20 em Joanesburgo, Merz já tinha manifestado ceticismo face à possibilidade de um acordo rápido, defendendo que os 28 pontos propostos pelos Estados Unidos exigem uma abordagem faseada e lembrando que subsistem diferenças significativas entre as partes.

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