China critica sanções a petrolíferas russas por "não terem base no direito internacional"
Diálogo e a negociação continuam a ser "a única via viável" para resolver a "crise" na Ucrânia, referiu o porta-voz da diplomacia chinesa.
A China criticou esta quinta-feira as novas sanções anunciadas pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos contra as petrolíferas russas Rosneft e Lukoil, por "carecerem de fundamento no direito internacional".
"Pequim opõe-se sistematicamente a sanções unilaterais sem base no direito internacional e não autorizadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas", afirmou o porta-voz da diplomacia chinesa Guo Jiakun, em conferência de imprensa.
Segundo Guo, o diálogo e a negociação continuam a ser "a única via viável" para resolver a "crise" na Ucrânia, advertindo que "coerção e pressão não resolverão o problema".
Na quarta-feira, Washington anunciou sanções contra as duas principais petrolíferas russas, acusando-as de financiar a "máquina de guerra do Kremlin" e justificando a medida com a alegada "falta de compromisso sério" da Rússia com um processo de paz para pôr fim à guerra na Ucrânia.
"Dada a recusa do Presidente russo, Vladimir Putin, em pôr fim a esta guerra sem sentido, o Tesouro está a sancionar as duas maiores empresas petrolíferas da Rússia", declarou o secretário do Tesouro, Scott Bessent, em comunicado.
A estatal Rosneft é responsável por quase 6% da produção mundial de petróleo e por cerca de metade da produção russa. Juntamente com a Lukoil, exporta diariamente 3,1 milhões de barris de crude.
As duas empresas já estavam sob sanções norte-americanas, mas as novas medidas alargam-se agora a filiais e entidades onde detenham mais de 50% de participação, direta ou indiretamente.
As sanções incluem o congelamento de ativos nos Estados Unidos, a proibição de transações com empresas ou cidadãos norte-americanos e a exclusão do sistema financeiro norte-americano.
Desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, a China tem reiterado a sua oposição a sanções contra a Rússia, alegando que "não resolvem os problemas" e não têm "base legal internacional".
Pequim tem mantido uma posição ambígua em relação ao conflito, apelando ao respeito pela "integridade territorial de todos os países", incluindo a Ucrânia, ao mesmo tempo que defende as "preocupações legítimas de todas as partes", numa referência à Rússia.
A China reforçou os seus laços com Moscovo nos últimos anos e importou mais de 108 milhões de toneladas de petróleo russo em 2024, um valor recorde, classificando a cooperação energética bilateral como "legítima".
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