Comisão Nacional de Eleições garante recenseamento em Cabo Delgado
Paulo Cuinica refere que vão ser observadas as medidas de segurança face aos ataques dos últimos meses.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique garantiu esta quinta-feira que o recenseamento para as eleições gerais de outubro vai realizar-se em toda a província de Cabo Delgado, observando medidas de segurança face aos novos ataques armados.
"A situação de Cabo Delgado é delicada, mas nem por isso os órgãos eleitorais vão deixar de realizar o recenseamento em todo o território da província, dependendo das condições de segurança que lá houver", disse o porta-voz da CNE, Paulo Cuinica, durante uma conferência de imprensa em Maputo.
Segundo a CNE, as pessoas serão recenseadas na região onde estiverem, após algumas se terem deslocado devido a nova onda de ataques e movimentações que se registam em Cabo Delgado, depois de um período de relativa estabilidade.
Nas últimas semanas têm sido relatados casos de ataques de grupos insurgentes em várias aldeias e estradas da província, inclusive com abordagens a viaturas, rapto de motoristas e exigência de dinheiro para a população circular em algumas vias.
"Nós estamos a trabalhar com as autoridades locais e com as Forças de Defesa e Segurança para que possamos realizar o recenseamento em toda a província de Cabo Delgado", referiu Paulo Cuinica, num processo que vai decorrer entre 15 de março e 28 de abril em Moçambique.
As eleições gerais estão agendadas para 9 de outubro, incluindo presidenciais, às quais já não pode concorrer o atual chefe de Estado e líder da Frelimo, Filipe Nyusi, por ter atingido o limite constitucional de dois mandatos.
O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou há uma semana a autoria de um ataque terrorista em Macomia, em Cabo Delgado, e a morte de pelo menos 20 pessoas, um dos mais violentos em vários meses.
A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos alguns ataques reivindicados pelo EI, o que levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos do gás.
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