Congresso dos EUA aprova plano económico de Joe Biden por 220 votos contra 211
A votação seguiu as linhas partidárias, mas um democrata votou ao lado dos republicanos.
O Congresso aprovou esta quarta-feira o plano de relançamento económico apresentado pelo presidente Joe Biden, com o apoio exclusivo dos democratas, por 220 votos contra 211.
A aprovação do plano económico de 1,9 biliões de dólares (1,6 biliões de euros), equivalente ao Produto Interno Bruto da Itália, é visto como um sucesso importante para o novo inquilino da Casa Branca, 50 dias depois da sua chegada.
Assim que se conheceu o resultado da votação, Biden enviou uma mensagem na rede social Twitter a dizer: "A ajuda está aqui".
A votação seguiu as linhas partidárias, mas um democrata votou ao lado dos republicanos.
Biden deve agora promulgá-lo na sexta-feira, a tempo de evitar a suspensão prevista dos subsídios de desemprego excecionais a partir de 14 de março. Biden tinha prometido agir antes desta data limite, o que conseguiu.
A aprovação do plano significa que milhões de norte-americanos vão receber cheques com ajudas diretas, que podem chegar aos 1.400 dólares por pessoa e dependente a cargo, o que tem afetada uma verba de 400 mil milhões de dólares.
Para a campanha de vacinação estão destinados 15 mil milhões de dólares, 50 mil milhões para testes e despistagem e 10 mil milhões para a produção de vacinas.
O plano destina também 126 mil milhões de dólares para as escolas, do parque infantil ao ensino secundário, para apoiar a reabertura, apesar da pandemia, bem como 350 mil milhões para entidades estaduais e municipais.
Segundo analistas, o "plano de salvamento americano" muito popular nas sondagens, deve dopar o crescimento,
Nas estimativas da Casa Branca, esta legislação "histórica" vai criar mais de sete milhões de empregos este ano e facilitar o acesso aos cuidados de saúde, além de salvar vidas, graças às ajudas para a generalização da vacinação. Prevê-se ainda que reduza em metade a pobreza infantil.
Alguns economistas, porém, previnem para o risco de inflação.
Durante a discussão da Câmara dos Representantes, o chefe da minoria republicana, Kevin McCarth, disse: "Sejamos claros. Isto não é um plano de salvamento. É uma lista longa de prioridades da esquerda, que são anteriores à pandemia e não respondem às necessidades dos norte-americanos".
A pandemia de covid-19 já provocou mais de meio milhão de mortos nos EUA e a economia dos EUA conheceu em 2020 a sua pior contração desde a II Guerra Mundial, com uma queda de 3,5%.
O projeto inicial incluía uma subida do salário mínimo federal para 15 dólares, que teve de ser abandonada no Senado, onde os montantes dos subsídios de desemprego e o valor mínimo para receber os cheques foram alterados por pressão de um democrata conservador.
No sábado, durante a aprovação do plano no Senado, o senador independente e ex-candidato presidencial Bernie Sanders, presidente do comité do Orçamento, considerou que esta era "a mais importante lei votada pelo Congresso para ajudar os trabalhadores desde há décadas".
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