Conselho de Cooperação do Golfo condena ataque a petroleiro
Morreram duas pessoas no ataque, cuja responsabilidade foi atribuída ao Irão, mas negada por Teerão.
O Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) condenou esta terça-feira o ataque contra um petroleiro no mar Arábico, na quinta-feira, em que morreram duas pessoas, cuja responsabilidade foi atribuída ao Irão, mas negada por Teerão.
Na primeira reação árabe ao ataque, o secretário-geral do CCG, Nayef Falah al-Hajraf, condenou a ação e apelou à comunidade internacional para "assumir as suas responsabilidades relativamente a tais agressões", noticiou a agência EFE.
Para o CCG, a resposta deve basear-se no "Direito Internacional para assegurar que [tais ataques] não se repitam e que o movimento do comércio e do abastecimento de petróleo, bem como a segurança e a estabilidade na região sejam preservados".
A declaração do CCG surge após o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ter prometido uma resposta coletiva ao ataque, juntamente com países seus aliados.
"Estamos em contacto próximo e coordenados com o Reino Unido, Israel, Roménia e outros países. Vai haver uma resposta coletiva", disse Antony Blinken na segunda-feira.
O CCG é constituído por Arábia Saudita, Bahrein, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Koweit e Omã, que são aliados dos EUA e têm relações tensas com Teerão sobre o programa nuclear do Irão e outras questões políticas e ideológicas.
Na quinta-feira, o petroleiro "Mercer Street" foi alvo de um ataque com 'drones' (aparelhos aéreos não tripulados) ao largo da costa de Omã, segundo os militares norte-americanos, que têm vários navios na região.
O ataque, que não foi reivindicado, provocou a morte de um britânico empregado pela empresa de segurança Ambrey e de um membro da tripulação romena, segundo o armador Zodiac Maritime, uma empresa internacional com sede em Londres, propriedade do israelita Eyal Ofer.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) e a União Europeia (UE) juntaram-se hoje a vários países na condenação do ataque.
Em comunicado, a NATO disse que Reino Unido, Estados Unidos e Roménia "concluíram que o Irão é muito provavelmente o responsável por este incidente".
"Os Aliados continuam preocupados com as ações de desestabilização do Irão na região e apelam a Teerão para que respeite as suas obrigações internacionais", acrescentou a NATO.
A UE deplorou o ataque, expressou as suas condolências pelas vítimas e apelou para uma investigação independente exaustiva.
"Tais atos contrários à segurança e à liberdade de navegação na região são inaceitáveis", disse a porta-voz da Comissão Europeia Nabila Massrali, na conferência de imprensa do executivo comunitário.
"Todas as partes envolvidas devem evitar todas as ações que possam minar a paz e a estabilidade regional", referiu.
O Irão negou ter lançado o ataque e o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano Saeed Khatibzadeh disse, no domingo, que as acusações "não têm fundamento" e que "estes jogos de culpas não são novidade".
"Os responsáveis por este [ataque] são aqueles que tornaram possível ao regime israelita colocar o seu pé nesta região", acrescentou na altura o porta-voz iraniano.
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