Destruição e revolta nas ruas de Beirute
População exige reformas e punição exemplar pela explosão que matou 145 pessoas e feriu mais de 5 mil.
Dois dias após a violenta explosão que matou pelo menos 145 pessoas e fez mais de cinco mil feridos, os habitantes de Beirute, no Líbano, saíram ontem à rua para exigir respostas, mas também reformas políticas e o fim da corrupção governamental que contribuiu para a tragédia.
“Revolução” e “O povo quer o fim do regime” foram algumas das palavras de ordem dos populares que se juntaram junto à zona mais atingida pela explosão para exigir o fim do ciclo de corrupção, incúria e violência que mergulhou o Líbano numa grave crise muito antes da tragédia que se abateu sobre a cidade na terça-feira.
O presidente francês, Emmanuel Macron, que ontem visitou a cidade, falou com os manifestantes e concordou que só reformas políticas urgentes poderão devolver a esperança ao país. Prometeu ainda que a ajuda internacional que se comprometeu a mobilizar “não irá parar às mãos dos corruptos”.
Entretanto, foram divulgadas imagens dos instantes antes da explosão, que mostram os bombeiros a tentarem entrar no armazém onde estavam armazenadas as 2,7 mil toneladas de nitrato de amónio que causaram a tragédia. Os bombeiros estão dados como desaparecidos - os seus corpos terão sido vaporizados pela explosão, que abriu uma cratera gigante no local onde estava o armazém e causou uma onda de choque avassaladora que devastou grande parte da capital libanesa.
O nitrato de amónio, altamente perigoso, estava armazenado no porto há seis anos, após ter sido abandonado pelo empresário russo Igor Grechuskin, proprietário do navio que o transportava, e que ontem foi interrogado pelas autoridades de Chipre, onde reside.
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