Desvios na Petrobras podem ser sete vezes maiores

Caso já levou para a prisão dezenas de executivos.

Dilma Rousseff, brasil Foto: Buda Mendes/Getty Images
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Os desvios descobertos na Petrobras, estimados inicialmente em já astronómicos 3 300 milhões de euros, dos quais 2 000 milhões foram reconhecidos pela petrolífera brasileira, podem ser ainda imensamente maiores. Igor Romário de Paula, chefe das investigações a cabo da Polícia Federal, declarou que perícias feitas por especialistas da corporação revelaram que o dinheiro desviado da petrolífera para financiar partidos da base aliada de Dilma e de Lula e enriquecer executivos pode ser até sete vezes superior ao reconhecido por acusados que passaram a colaborar com a Justiça após serem presos.

"Esses laudos [dos peritos] derrubam a tese, difundida por vários investigados, de que o percentual destinado a corrupção era de 2%, 3% do valor de cada contrato. Provavelmente vamos chegar ao patamar de 15% a 20% no percentual desviado de cada contrato para a corrupção", afirmou o delegado, principal investigador do escândalo descoberto em 2014. Este caso já levou para a prisão dezenas de executivos da Petrobras e de grandes construtoras, como a Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, UTC e Engevix.

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Num outro desdobramento do escândalo, que já envolveu 51 políticos e lançou suspeitas sobre o ex-presidente Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff, o principal operador do esquema, Alberto Yousseff, que se tornou colaborador da justiça, voltou a envolver o nome da chefe de Estado na fraude. Segundo o jornal Folha de S. Paulo de sexta-feira, Yousseff revelou, num depoimento feito em junho, que um representante do Partido dos Trabalhadores lhe pediu para repatriar para o Brasil seis milhões de euros dos muitos milhões ilegais que alegadamente o partido de Lula e Dilma tem no exterior para usar na campanha da presidente à reeleição. Yousseff só não o fez por ter sido preso pouco depois.

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