Dilma Rousseff recorre da destituição

A defesa da ex-presidente brasileira Dilma Rousseff instaurou na manhã desta quinta-feira uma acção no Supremo Tribunal Federal, STF, em Brasília, solicitando a anulação da sessão de ontem no Senado que depôs a agora antiga chefe de Estado. A acção é um mandado de segurança, com pedido de liminar, ou seja, a tomada de uma decisão imediata e provisória, antes da análise do mérito da questão.

José Eduardo Cardoso, ex-ministro da Justiça de Dilma e que a defende no processo, pediu ao Supremo Tribunal que revogue a sessão e torne o presidente Michel Temer, que se tornou efectivo também ontem, novamente interino. Na acção, Cardoso pede que uma nova votação seja realizada sobre a destituição de Dilma, alegando irregularidades processuais na de ontem.

Por sorteio, o pedido da defesa de Dilma Rousseff foi parar às mãos do juíz Teori Zavascki, o mesmo que comanda no Supremo Tribunal a parte da Operação Lava Jacto, que apura desvios na Petrobrás, envolvendo políticos e autoridades. A alegação de irregularidades processuais não deixa de ser curiosa, pois o julgamento de Dilma, que resultou na deposição da ex-presidente, foi comandado, como determina a Constituição, pelo presidente do STF, Ricardo Lewandowski, exactamente para garantir a total lisura do processo. (FIM).